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França

A narrativa do corpo e do gesto de Helena Almeida

No quadro do ciclo Primavera cultural portuguesa, o museu do Jeu de Paume expõe a primeira retrospectiva em França da fotografa portuguesa Helena Almeida. A exposição Corpus apresenta um conjunto de obras; pinturas, fotografias, vídeos, instalações sonoras e desenhos que propõem uma nova narrativa em torno do corpo e do gesto. 

Helena Almeida no Jeu de Paume em Paris
Helena Almeida no Jeu de Paume em Paris
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Não se apresenta como feminista, mas surgem várias leituras que poderão conduzir-nos à libertação do corpo e à presença da mulher na sociedade e na Arte Contemporânea dos anos 1960, em Portugal.

O trabalho de Helena Almeida é quase desconhecido em França, a fotografa portuguesa está exposta desde ontem, 9 de Fevereiro, no museu do Jeu de Paume, em Paris.

Nasceu em 1934 em Lisboa e é filha de um escultor, Helena Almeida escolhe o corpo como centro do seu trabalho e é fiel a essa escolha durante todo o seu percurso artístico.

Na pintura, na fotografia, no desenho ou na vídeo, Helena Almeida tenta ocupar o seu espaço de trabalho com o corpo porque "a minha obra é o meu corpo", justifica.

E não é ao acaso que a primeira retrospectiva de Helena Almeida em França se apresenta sob o título "Corpus".

Helena Almeida sempre presente

Entre a primeira e a última sala da exposição percorremos cerca de 50 obras e o corpo de Helena Almeida está sempre presente. A silhueta da fotografa aparece atrás da tela, em frente destruindo os suportes tradicionais de pintura dos anos 1960.

Helena Almeida cruza pintura e fotografia, explora imagens, mas sobretudo imagens de si própria, escondida por detrás de tinta azul ou fios pretos.

"Ouve-me"

Em 1979, Helena Almeida pede que a escutem, a fotografa revela uma série de fotografias da sua boca cosidas com as palavras "ouve-me" - em manifestação à revolução no Irão.

Na última sala da exposição encontramos trabalhos sob o título "sedução", desenhos, coreografias e pinturas de corpos em sofrimentos, como pés descalços de uma mulher - de cor vermelho-sangue.

No museu de Arte Contemporânea Serralves, no Porto, a exposição apresentava-se com outro título "A minha obra é o meu corpo, o meu corpo é a minha obra".

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João Ribas, curador da exposição Corpus de Helena Almeida

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