Turbulências do pós revolução egípcia nos ecrãs de Cannes
A secção "Un certain regard" do 69° Festival de cinema de Cannes foi aberta com um filme do norte de África. "Esthebak" ou "Clash": o egípcio Mohamed Diab impressionou o mundo da sétima arte com um filme enérgico sobre as divisões profundas da sociedade actual, após a revolução.
Publicado a: Modificado a:
Verão de 2013 o Cairo pós-revolução mergulha no caos.
Entre manifestações violentas pró e contra a Irmandade muçulmana, entretanto afastada do poder.
A polícia e o exército enfrentam uma batalha campal entre pedradas, rajadas de armas pesadas semeando a morte e o pânico.
Um camião de polícia vai servir de prisão improvisada para apoiantes dos dois campos adversos, Irmandade muçulmana ou os defensores de um país laico.
Dentro da carrinha os ódios virão à tona, mas também a solidariedade perante o contexto hostil que os rodeia e os motins que degeneram.
"Combate", tradução livre do título do filme, transpõe com mestria para o grande ecrã o norte de África às voltas com os demónios que o habitam depois da queda dos antigos regimes.
"Esthebak" marcou o arranque da secção paralela "Un certain regard", Miguel Martins, o nosso enviado especial, levanta-nos o véu sobre este filme.
Crónica do nosso enviado especial a Cannes, Miguel Martins
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro