Manuel Valls: "Não vamos retirar o projecto de lei"

A França está cada vez mais paralisada por causa das greves. No entanto em entrevista à televisão francesa, BFM Tv, o Primeiro-Ministro, Manuel Valls, afirmou que poderá haver modificações no projecto de lei mas nunca vai ser retirado.

Manuel Valls, Primeiro-Ministro francês.

Oitavo dia de protestos em França com várias manifestações previstas e bloqueios em refinarias e centros de distribuição de combustível, bem como em centrais nucleares.

No entanto poderá haver avanços no diálogo entre o Governo e os manifestantes. Na quarta-feira, na Assembleia Nacional, Manuel Valls, Primeiro-Ministro francês, afirmou que não haveria compromissos sobre o projecto de lei do trabalho.

Esta quinta-feira na televisão francesa, BFM Tv, Manuel Valls, admitiu que poderá "haver modificações ou até melhorias" no projecto de lei, mas confirmou que o Governo não vai "retirar o projecto de lei".

O Primeiro-Ministro foi mais longe ao afirmar que se houvesse "eleições legislativas antecipadas", seria o projecto dos partidos da direita e que, com "uma maioria da direita" no Senado, o projecto de lei seria mais "longínquo (...) do que esperam aqueles que manifestam".

Manuel Valls também acrescentou que "retirar o projecto de lei é admitir a impossibilidade de reforma, não só para este Governo, mas para todos os Governos".

Recorde-se que vários regiões de França estão a ser afectadas pela falta de combustível, e o Governo já admitiu estar a utilizar as reservas para alimentar algumas bombas de gasolina, desde que os aderentes do sindicato CGT decidiram bloquear as refinarias de petróleo, para protestar contra a nova lei do trabalho, adoptada pelo governo sem votação parlamentar.