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França

França quer suspender negociações sobre Tratado Transtlântico

O presidente François Hollande afirmou hoje que as negociações sobre o tratado de comércio livre entre os Estados Unidos e a União Europeia não serão concluidas antes de 2017 e mais do que isso a França vai propôr em Setembro a sua suspensão.

O governo francês vai pedir a suspensão das negociações do tratado de livre comércio com os Estados Unidos, o TAFTA ou TTIP
O governo francês vai pedir a suspensão das negociações do tratado de livre comércio com os Estados Unidos, o TAFTA ou TTIP REUTERS/Ralph Orlowski
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O Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento TTIP ou TAFTA na sigla inglesa, está a ser negociado em segredo desde 2013 entre o governo norte-americano e a Comissão Europeia e deveria ter sido concluido em 2015, mas são muitas as objeções e a polémica gerada em torno do mesmo, que é tido como desiquilibrado e demasiado favorável aos Estados Unidos, em detrimento de regras de segurança, saúde, sociais, protecção de dados ou ainda da diversidade cultural.

É preciso voltar à estaca zero e repartir com boas bases, afirmou esta terça-feira (30/08) o secretário de estado francês para o comércio externo Mattias Fekl, que anunciou ainda que a "França vai pedir em Setembro à Comissão Europeia o fim das negociações", declarações proferidas ainda antes de François Hollande ter admitido que o impasse actual, devido ao "desiquilíbrio e à falta de respeito pelas posições assumidas pelas partes, impedia qualquer acordo até 2017", ou seja após o fim do mandato de Barak Obama que iniciou todo este processo, mas também no ano em que há eleiçoes presidenciais em França e federais na Alemanha, as duas principais economias europeias.

Jà no domingo (28/08) o ministro alemão da economia Sigmar Gabriel vice-chanceler e líder dos sociais democratas do SPD (oposição) tinha denunciado o impasse total nestas negociações "a menos que a Europa aceite submeter-se aos Estados Unidos", dado que ao cabo de 14 rondas os emissários de ambos os lados do oceano Atlântico não estão de acordo em nenhum dos 27 capítulos do tratado, que é no entanto defendido pela chanceler Angela Merkel, tal como pelo Reino Unido que até ao referendo que ditou o Brexit era o seu prinicipal defensor no seio da União Europeia.

A comissária europeia para o comércio Cecilia Malmström considera no entanto que "as negociaçoes não fracassaram e não terminaram", embora admitindo há e citamos "uma incrível resistência ao TPPI em França, na Alemanha, mas também na Áustria e na Bélgica".

Por sua vez Michael Froman, representante especial norte-americano para o comércio externo afirmou à revista alemã Der Spiegel que "as negociaçoes estão em constante progresso".

De salientar que os dois candidatos à Casa Branca, Donald Trump e Hilary Clinton também são críticos a este tratado, embora não com o mesmo vigor, nem pelas mesmas razões.

ONGs altermundialistas e defensores do meio ambiente têm denunciado este acordo como permitindo a desregulamentaçao generalisada em beneficio das grandes empresas e de ser uma aberração em termos sanitários, económicos e de defesa do meio ambiente.

A sua eventual suspensão a pedido da França, foi aliás de imediato saudada pelo socialista contestatário Arnaud de Montebroug (candidato às presidenciais de 2017) mas também pelo partido de extrema direita Frente Nacional.
 

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