Reacções políticas ao afastamento de Hollande da Presidência
O Presidente socialista francês, François Hollande, em queda livre nas sondagens, anunciou ontem à noite num comunicado televisivo que não apresenta candidatura para as eleições de 2017, uma decisão inédita na história recente da França.
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"Decidi não ser candidato na eleição presidencial", declarou o socialista de 62 anos num comunicado solene no Palácio do Eliseu, transmitido ontem à noite na televisão.
O chefe de Estado francês François Hollande anunciou que não seria candidato à sua própria sucessão, desistindo por isso de disputar as eleições presidenciais do próximo ano. Trata-se de um facto inédito no país sob o regime da Quinta República. Hollande admitiu não reunir apoios substanciais em torno da sua pessoa.
François Hollande
Ao desistir da reeleição, o Presidente francês deixou o caminho livre para as primárias do Partido Socialista e para uma parte da esquerda, no momento em que correm rumores de uma possível candidatura de seu primeiro-ministro, Manuel Valls.
O actual primeiro-ministro Manuel Valls, também se exprimiu acerca da decisão do Presidente francês François Hollande. Afirmou, nomeadamente, que continuará a defender o balanço e as medidas tomadas nos últimos 5 anos, tal como o tem feito desde 2012.
Manuel Valls
O primeiro secretário do partido socialista, Jean-christophe Cambadélis, disse respeitar a decisão do Presidente da republica e apelou os seus camaradas de partido a debater tudo no quadro das primárias e poderem assim escolher o candidato que deve enfrentar a direita reaccionária de François Fillon.
Jean-Christophe Cambadélis
O antigo ministro da Economia e ex-secretário geral adjunto da presidência, Emmanuel Macron considerou que a decisão tomada pelo Presidente François Hollande é corajosa e extremamente difícil de articular, se atendermos à actual conjuntura.
Emmanuel Macron .
Desde ontem à noite, inúmeras têm sido as reacções ao anúncio de François Hollande. Os partido da direita francesa apontam a decisão de François Hollande como o "assumir ter falhado".
François Fillon, o candidato do partido Os Republicanos às eleições Presidenciais, declarou que "o Presidente admitiu com lucidez a falha do seu mandato o impede de ir mais longe. Este quinquenato acaba numa confusão política. Mais do que nunca, a mudança e a recuperação da França devem ser construídos em bases sólidas : na verdade, sem a qual não teremos a confiança dos franceses".
Eric Woerth, antigo ministro de direita, do partido Os Republicanos denuncia a suposta hipocrisia da esquerda quanto ao anúncio da desistência de François Hollande em relação às eleições presidenciais do próximo ano.
Eric Woerth
Nathalie Kosciusko-Morizet, deputada de l’Essonne e candidata derrotada na primária da direita, afirmou que "os franceses não querem mais François Hollande e não querem mais a política de François Hollande. Quanto aos primeiro-ministro Manuel Valls é solidário e também responsável pelo balanço do mandato de Hollande tal como Emmanuel Macron e Benoît Hamon".
Bernard Accoyer, secretário geral do partido d'Os Republicanos, declarou que "este recuo prematuro por parte de um Presidente em exercício é inédita na história da quinta República e ecoa como uma verdadeira falha no balanço que se pode fazer do mandato de Hollande"
Christian Estrosi, presidente do partido Os Republicanos da região Provence-Alpes-Côte d’Azur, saudou a "dignidade deste gesto" reforçando que "é raro na vida política privilegiar o interesse geral do país em vez do ego e sentimentos pessoais".
A líder da Frente nacional, Marine Le Pen, reagiu à desistência de François Hollande na corrida para as presidenciais do próximo ano alega que vai ter pela frente "meros figurantes de Nicolas Sakozy e François Hollande".
Marine Le Pen
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