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França

França: Justiça abre inquérito a ministro Richard Ferrand

A procuradoria francesa de Brest abriu, hoje, um inquérito preliminar sobre actividades passadas do ministro da Coesão dos Territórios, Richard Ferrand. O Governo mantém o apoio ao ministro, desde que este não seja indiciado pela justiça.

Richard Ferrand, ministre de la Cohésion des territoires.
Richard Ferrand, ministre de la Cohésion des territoires. RFI/Edmond Sadaka
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A decisão acentua a pressão sobre um dos braços direitos do novo presidente, Richard Ferrand, e sobre o novo Governo, a pouco mais de uma semana das eleições legislativas. Fontes do executivo ouvidas pela AFP indicaram que o inquérito não altera o apoio manifestado pelo primeiro-ministro na terça-feira, desde que Richard Ferrand não seja indiciado pela justiça.

Em comunicado, o procurador da República de Brest, Eric Mathais, explicou que o inquérito pretende “recolher todos os elementos que permitam uma análise completa dos factos e perceber se estes são ou não susceptíveis de constituir uma infracção penal”.

A abertura da investigação surge após as novas revelações feitas na imprensa esta semana sobre actividades de Richard Ferrand quando era director geral do fundo de seguros de saúde "Mutuelles de Bretagne".

Ainda que a 26 de Maio, aquando das primeiras informações publicadas no Canard Enchaîné, o procurador tenha decidido não abrir inquérito, hoje ele falou de “elementos complementares susceptíveis de colocar em causa” o mininistro.

Richard Ferrand é acusado pela imprensa francesa de ter favorecido a companheira num negócio imobiliário quando dirigia um fundo de seguros de saúde em 2011.

Esta quarta-feira, o presidente Emmanuel Macron manifestou o seu apoio ao ministro, mas multiplicam-se as vozes que pedem a demissão de Richard Ferrand. Uma das bandeiras de Macron era o projecto de lei de moralização da vida política após o escândalo que manchou a campanha das presidenciais de François Fillon sobre os alegados contratos de trabalho “fictícios” que deu à esposa e aos filhos.

 

Oposição em protesto

A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, falou em “ruptura moral”: “Quando a primeira decisão que se toma é uma lei da moralização da vida política, não se pode explicar que as actividades do senhor Ferrand são aceitáveis.”

Xavier Bertrand, de Os Republicanos, afirmou que “com o caso Ferrand, a promessa de moralização política está morta”.

A porta-voz de A França Insubmissa, Raquel Garrido, declarou que “nesta monarquia presidencial, há uma cultura de impunidade nas mulheres e nos homens políticos”.
 

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