Nacionalização de estaleiros navais e moralização em França
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As primeiras páginas dos jornais franceses estão dominadas por questões políticas e sociais internas.LE MONDE, titula, Macron, em vias de nacionalizar os estaleiros navais de S.Nazaire. O Estado accionista com 33% do capital dos Estaleiros, quer comprar a totalidade do capital da empresa, até 28 de julho. A operação é a primeira grande decisão de Macron em matéria industrial. Sem esta nacionalização, os estaleiros passariam no sábado para as mãos do grupo público italiano Fincantieri, um cenário que o governo francês recusa, sublinha LE MONDE.Por seu lado, LE PARISIEN, refere-se à cacofonia na Assembleia, uma espécie de guerra entre os antigos e os modernos desde o início da sessão parlamentar.Os deputados novatos do partido do Presidente Macron, muito entusiastas no começo, na realidade dão provas de inexperiência e provocam uma impressão de desordem. O presidente da Assembleia, eleito pelo partido de Macron, mais pedagogo, pede tempo para que as coisas se estabilizem. Os mais cépticos dizem que mesmo se os novícios são especialistas nas suas áreas de formação não dominam o discurso político que não se aprende em dois dias mas com experiência que leva muito tempo a adquirir, nota LE PARISIEN.Moralização, a sombra dos lobbys, titula LIBÉRATION, que se refere à lei de moralização pública em vias de ser adoptada mas tem dificuldades sobre o enquadramento dos lobbys. Enquanto a anterior lei Sapin não permitia que se conhecesse a acção dos grupos de pressão no Parlamento, a nova lei não aborda sequer o lobbying, uma lei que não traz uma única palavra na matéria mas susceptível de restabelecer a confiança na vida pública, acrescenta LIBÉRATION.L'HUMANITÉ, faz o seu principal título com o caso da ministra do trabalho, Muriel Pénicaud que ficou rica graças a um plano social bolsista, em que arrecadou 1 milhão de euros por dia, ao tempo em que era directora-geral dos recursos humanos na empresa Danone. Isto quando em 2013 a empresa suprimia 900 empregos de quadros em França, sublinha L'HUMANITÉ.LE FIGARO, por seu lado, titula, a França mais do que nunca campeã dos impostos. Este ano ainda a França conserva o seu título de país com a maior carga fiscal e com mais taxas socialmente da União europeia, segundo o estudo anual do Instituto económico, Molinaria, que, no entanto, afirma que a partir deste sábado os salários franceses vão ser libertados das suas obrigações fiscais e sociais, o que já fizeram todos os outros membros da União europeia, sublinha LE FIGARO.Em relação à actualidade internacional, LE FIGARO, titula, Bruxelas deu um ultimatum a Varsóvia. O presidente da comissão europeia, Juncker deu um mês à Polónia para respeitar os parâmetros de um estado de direito democrático, caso contrário será accionado o artigo 7° dos tratados europeus sobre sanções contra um membro que não respeita os princípios fundamentais da organização. Europa deixou de confiar na Polónia, apesar de o presidente polaco ter vetado duas leis sobre a separação dos poderes, uma dando poderes aos deputados para a nomeação de juízes e outra permitindo a exoneração de todos os juízes do Supremo tribunal, salvo parecer contra do ministro da justiça, nota LE FIGARO. Em relação à África, LE MONDE, dá relevo à Líbia, em Misrata, a esperança da paz. Após o acordo de cessar-fogo de 25 de julho a cidade portuária do oeste líbio quer acreditar que as linhas sofreram uma mudança. Mas o verdadeiro obstáculo aos sonhos da reconquista estão relacionados sobretudo com a má imagem de Misrata no resto da Líbia. A cidade portuária, sede da principal força militar do oeste, inspira um profunda suspeição devido à sua atitude julgada hegemónica, nota LE MONDE. Enfim uma nota futebolístca com L'EQUIPE, a titular, Paris negoceia com Barcelona a transferência de Neymar, mas os franceses não desejam pagar a cláusula directamente ao jogador que lhe custaria mais que os 222 milhões de euros inicialmente previstos.