Abrimos esta Imprensa Semanal, com a JEUNE AFRIQUE, cujo título de capa é Senegal, Imbatível?, referência a Macky Sall, vencedor das legislativas de 30 de julho, que tem menos de 2 anos à sua frente para repetir a façanha ganhando as presidenciais de 2019.A coligação do chefe do Estado senegalês, arrebatou, a maioria dos assentos na Assembleia, no termo de um escrutínio movimentado. A oposição denunciou um "hold-up" eleitoral, mas o combóio do campo do poder já estava bem lançado na corrida para as presidencias de 2019.Macky Sall, sabia que nas legislativas não estava autorizado a cometer um erro que fosse. Para o chefe de Estado, as legislativas constituiam o último teste eleitoral antes da eleição presidencial de 2019. E não há dúvida nenhuma que será candidato, sublinha a JEUNE AFRIQUE.É a mesma JEUNE AFRIQUE, que dedica o seu editorial a "Macron e o fardo do presidente branco", para citar estrofes do célebre poeta britânico, Kipling, nascido na India. "Tomai o fardo do Homem Branco [...] para servirem agitadores e selváticos seus cativos, metade demónios, metade crianças".Esta "ode à colonização", segundo a JEUNE AFRIQUE, vem a propósito duma declaração do Presidente francês, Macron, que explicou a 8 de julho, à margem da cimeira do G20, que o "desafio da África é hoje civilizacional [...] por causa duma taxa de natalidade de "sete a oito crianças por mulher".Emmanuel Macron, que conhece pouco a África e que não se interessa nada pelo continente africano, deveria resguardar-se deste racialismo tecnocrático, paternalista e insidioso camuflado em política de desenvolvimento, observa a JEUNE AFRIQUE, no seu editorial.L'OBS, por seu lado, a respeito do continente africano, escreve sobre o Marrocos e o Rif rebelde. O norte do Marrocos está em ebulição. Uma raiva alimentada por décadas de desconfiança em relação às autoridades.Ainda no dia 20 de julho jovens voltaram a desafiar o poder exigindo um inquérito imparcial sobre a morte de um comerciante, mas também para fazerem reivindicações de carácter mais económico e social, em Rif, esse enclave entre uma cadeia montanhosa e o Mediterrâneo, abandonado, roído pelo desemprego, analfabetismo, tráficos e corrupção.Mas, a capa do mesmo L'OBS, vai para La Fontaine, a Moral e a Política, convocados por um pequeno ensaio de Erik Orsenna sobre o eterno moralista. O poder é imutável e La Fontaine teria hoje tido sem dúvida, um diabólico prazer, em achincalhar o círculo próximo do novo Presidente da República.Noutra passagem, num artigo de Opinião, Refugiados: a hipocrisia da França, L'OBS, escreve que a política do governo é fazer o estrito mínimo, para não parecer desumano.LE POINT, faz a sua capa com os fantasmas da Revolução francesa. De Robespierre a Mélenchon, uma história da violência política. Esse velho abalo de dois séculos continua a rasgar e a estruturar a nossa vida política.Porque é que a França é este país que se dilacera e não concebe reformas sem violência e política sem guerra civil? Porque é que Roberpierre continua a ser esse espectro que paira sobre nossas cabeças há dois séculos, enquanto Joseph de Maistre continua a alimentar um pensamento contra-revolucionário persuadido que 1789 é o número do diabo?, pergunta LE POINT.Enfim, L'EXPRESS, dedica a sua edição aos sonhos loucos dos novos ricaços. Imortalidade, viagem ao planeta Marte, ecologia...E se o nosso mundo fosse virtual?Certos bilionários, estão convencidos de que vivemos num holograma, uma teoria que poderia ser brevemente demonstrada.Estes detentores da verdade seriam os iguais de S. João que no seu Apocalipse do Novo Testamento, prediz uma nova visão do mundo e um novo Jerusalém.Só que desta vez, estas visões seriam digitais e proclamados pelos santos do Vale do Silício, sublinha L'EXPRESS.
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