França: presidente defende em entrevista a sua acção
O presidente francês concedeu uma entrevista ao semanário Le Point. Emmanuel Macron explica a sua acção, em plena queda nas sondagens de opinião no dia em que foram revelados os textos relativos à reforma do trabalho.
Publicado a: Modificado a:
Na sua primeira longa entrevista de 22 páginas à revista Le Point saída esta quinta-feira (31/08), formato, que segundo os seus conselheiros se adapta ao "pensamento complexo" de Emmanuel Macron, em queda vertiginosa nas sondagens, (menos 13 pontos num só mês, apenas 41% dos franceses lhe manifestam confiança) o Presidente "reconhece a impaciência dos franceses mas pede tempo para efectuar reformas profundas e promete executar a política para a qual foi eleito".
Não é por acaso que esta entrevista sai no mesmo dia em que o primeiro-ministro Édouard Philippe apresenta as reformas da polémica Lei do Trabalho - conhecida como Lei El-Khomri - que tal como em 2016 não será debatida nem votada pelo Parlamento, o que na altura motivou meses de contestação social, no final do mandato do Presidente François Hollande e em muito contribuiu para o desgaste da sua imagem.
Estão também já convocadas manifestações de protesto contra esta reforma laboral para dia 23 de Setembro, dado que segundo os sindicatos esta entre outros: facilita os despedimentos, estabelece o primado dos acordos de empresa sobre os acordos sectoriais e facilita o aumento da carga laboral através de acordos no seio das empresas.
Ao longo da entrevista Emmanuel Macron não se limita a defender a reforma da Lei Laboral, que segundo ele vai baixar a taxa de desemprego, que atinge 9,5% da população activa, e será o primeiro grande teste do seu quinquénio, aborda o terrorismo e a segurança afirmando que a sociedade francesa precisa de "heroísmo", fala de "revolução na educação" com o anúncio de um mecanismo de selecção para a entrada no ensino superior, insiste na baixa dos subsídios de alojamento, que já causaram fortes protestos este verão.
Emmanuel Macron defende ainda uma "Europa que protege", a nível comercial e em termos de defesa, que se possa equiparar às grandes potências como os Estados Unidos ou a China e que seja "líder do mundo livre" e propõe aos países da zona euro, que adoptem um orçamento comum, para investimentos em grande escala no continente.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro