Saad Hariri em França no sábado
O primeiro-ministro demissionário do Líbano, Saad Hariri, deverá chegar a França no sábado a convite do presidente francês, Emmanuel Macron. O chefe da diplomacia saudita declarou, hoje, que Hariri pode deixar a Arábia Saudita “quando quiser”.
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O ministro saudita dos Negócios Estrangeiros, Adel al-Jubeir, declarou hoje que o primeiro-ministro libanês pode deixar a Arábia Saudita “quando quiser”.
“Hariri está aqui por sua vontade e pode partir quando quiser”, afimou o chefe da diplomacia saudita, depois de o seu país ter sido acusado pelo presidente libanês, Michel Aoun, de reter o primeiro-ministro demissionário.
“Nada justifica que Hariri não regresse após 12 dias. Consideramo-lo como estando em cativeiro e detido, o que é contrário à Convenção de Viena”, considerou o chefe de Estado libanês num twitter da presidência, acrescentando que não o conseguiu contactar “por nenhum meio de comunicação”.
Esta quarta-feira, segundo a AFP, o Eliseu comunicou que Saad Hariri deveria chegar a França neste sábado a convite de Emmanuel Macron e depois de Paris ter acentuado a pressão sobre Riade.
O presidente francês insistiu, ontem, junto das autoridades sauditas para que deixassem Hariri regressar ao Líbano para aí “confirmar” a sua vontade de deixar a chefia do governo. Como não conseguiu o seu regresso imediato ao Líbano, a França coloca-se na posição de mediadora, ao acolher Saad Hariri em Paris.
“Falei com Mohammed ben Salmane [príncipe herdeiro saudita] e Saad Hariri e concluímos que o convidarei a passar alguns dias em França com a sua família”, declarou Emmanuel Macron, na quarta-feira à noite, precisando que não se trata “de todo” de um exílio.
Ao mesmo tempo, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, chegou na quarta-feira à noite a Riade, onde se reuniu com Mohammed ben Salmane e avisou-se hoje com Saad Hariri.
O chefe da diplomacia de Paris alegara que Saad Hariri chegaria a França assim que ele o desejasse.
Jean Yves Le Drian, ministro francês dos negócios estrangeiros
Fonte próxima de Hariri, ouvida pela AFP, indicou que o primeiro-ministro deve chegar a Paris nas próximas 48 horas e seguir para Beirute para apresentar oficialmente a sua demissão.
A demissão de Saad Hariri foi anunciada a 4 de Novembro, a partir do reino saudita, através de um canal de televisão, e desde então o primeiro-ministro demissionário não regressou ao Líbano. Hariri, que tinha formado governo com o Hezbollah, justificou a demissão contra o “controlo” do seu país pelo Irão e pelo Hezbollah.
A demissão foi vista como um novo braço de ferro entre a Arábia Saudita e o Irão, os dois pesos pesados da região.
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