Homenagem do Presidente Macron a Jean d'Ormesson

Decorreu hoje o funeral nacional do escritor e académico Jean d’Ormesson ex-director do Le Figaro e autor de dezenas de romances.

Emmnanuel Macron perante o caixão de Jean d'Ormesson ludovic MARIN / AFP

A cerimónia teve lugar no palácio dos Invalides em presencia de personalidades da vida política e cultural francesa, nomeadamente os antigos presidentes da República, François Hollande e Nicolas Sarkozy. Antes de pronunciar o elogio fúnebre, Emmanuel Macron deixou um lápis sobre o caixão do escritor, conforme tinha pedido, ainda em vida, Jean D'Ormesson. O Presidente da República enalteceu a sua presença "luminosa".

“Parecia feito para dar aos melancólicos o gosto de viver e aos pessimistas a esperança no futuro. Era demasiado consciente das manhas da história para se queixar do presente. E o seu modo de conversar, ele-próprio, era tão brilhante que nos dava consolo por tudo o que a vida pode ter de amargura (…) Era um egoísta apaixonado pelos outros” ressaltou o chefe do Estado, acrescentando: “Jean d'Ormesson foi esse longo verão ao qual durante décadas nos aquecemos com gula e gratidão. Este verão foi muito curto e algo em nós já escureceu”.

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Emmanuel Macron com tradução de João Matos

Nascido em 1925, era considerado uma das grandes figuras da literatura francesa, sendo autor de dezenas de obras – três das quais editadas em Portugal. São elas os romances O Porteiro de Pilatos ou o Segredo do Judeu Errante (Publicações Europa-América, 2004), A Criação do Mundo (Quetzal, 2007) e O Mundo É Uma Coisa Estranha (Guerra & Paz, 2015).

Filho de um embaixador e de uma aristocrata, viveu parte da infância num castelo, e um parte da sua juventude, de viagem, a acompanhar o pai.
Segundo o diário francês Le Monde, a Roménia e o Brasil foram alguns dos seus pontos de passagem. Apesar de ser um homem de direita, a sua morte foi lamentada por todos os partidos políticos.

O escritor e académico francês Jean d'Ormesson, ex-director do Le Figaro, morreu esta terça-feira aos 92 anos. Autor de dezenas de obras, era membro da Academia Francesa e presidiu do Conselho International de Filosofia e Ciências Humanas da UNESCO.