As primeiras páginas dos jornais franceses estão dominadas por questões de política interna e internacional, como o debate sobre fake news no parlamento francês e a cimeira do G7 no Canadá.LIBÉRATION, titula, o fardo Trump, para se referir à cimeira de hoje e amanhã do G7 em Quebec, com o presidente americano espezinhando o multilaterismo e multiplicando provocações. Com Trump, passa-se o G7 passa para um G6 forçado. Quer dizer um círculo restrito cada vez menos representativo, segundo o especialista de relações internacionais, Frédéric Mérand. Após 16 meses de unilateralismo e isolacionismo americano e o lançamento de uma guerra comercial a semana passada, o clima vai ser muito tenso na cimeira das 7 maiores potências do mundo.Trump, repetiu nos útimos dias, apoiados por conselheiros como Larry Kudlow, chefe do conselho nacional económico da Casa Branca, que os Estados Unidos, preferem negociações bilaterais.Do lado crítico, Daniel Drezner, professor de Política Internacional, da Universidade americana Tufts "a hostilidade da actual administração americana em relação ao regime multilateral assenta tanto no populismo económico como no populismo político", sublinha, LIBÉRATION.Todos contra um?, pergunta o editorial do LA CROIX, afirmando que a crise que atravessa G7 não é uma peripécia sem importância. Falar de G6+1 ou de um G6 contra 1 é o sintoma de uma série degradação nas relações internacionais.Desde a eleição de Trump, os Estados Unidos, dissociam-se cada vez mais de todas as instâncias multilaterais e corre-se o risco de a determinada altura vermos um Washington sem interesse nenhum de discutir com os seus parceiros, nota o editorial do LACROIX.Mas o o principal título do mesmo jornal é Europa, atenção ao choque! O avanço do populismo no continente europeu alimenta-se do eurocepticismo. A um ano das eleições europeias. A Europa como a conhecemos já está morta, afirma o politólogo francês, Patrick Moreau. A quase totalidade dos partidos franceses critica a União europeia. Uns por quererem pisar no acelerador do bólide lançado na auto-estrada em que se encontra, outros porque querem fazer marcha-atrás ou porque pura e simplesmente sair da União europeia, nota LA CROIX.As direita europeias sob pressão dos extremos, replica LE MONDE. Sob a pressão da extrema direita, os conservadores são forçados a associar-se a forças populistas para não desaparecerem.O Partido Popular europeu, reunido em Munique, renunciou excluir o húngaro, Orban. A Dinamarca e a Áustria, onde a direita governa com a extrema-direita, propõem à União criar centros de retenção para os migrantes nos Balcãs, nota LE MONDE.Mudando de assunto, LE MONDE , faz o seu principal título com Macron, que parte em guerra contra as normas. A cada novo projecto de lei, o presidente e o governo desejam criar um choque de simplificação administrativa. Reduzir constrangimentos em matéria ambiental ou recusa de novas normas no sector da alimentação ilustram bem esta vontade.O executivo lançou-se igualmente numa caça a um grande número de circulares e decretos publicados pela administração pública. A oposição denuncia uma loucura desreguladora, cujo impacto se desconhece, acrescenta LE MONDE.Planos de despedimentos escondidos, titula, L'HUMANITÉ. Um exemplo é a cadeia de produtos alimentares, Carrefour, onde 2.400 postos de trabalho vão ser suprimidos, através de reformas anticipadas.Por outro lado, com o desaparecimento da ex-cadeia alimentar DIA, são 1700 pessoas que ficam no desemprego, enquanto a confederação sindical comunista CGT, afirma que é posta entre parêntesis a oferta de 152 estabelecimentos comerciais para recuperar mais de 1000 dessas pessoas. Os sindicatos nunca foram informados da existência de tal oferta, nota, L'HUMANITÉ. LE FIGARO, titula, por seu lado, Escudo protector contra a lei sobre os fake news, analisada pelos deputados e que está a criar polémica. Vozes se levantam para denunciar a luta contra a propagação de notícias falsas que pode pôr em perigo a liberdade de expressão. Em relação à África, LE MONDE, faz uma reportagem com vítimas de Ébola. Em Itipo, uma aldeia da floresta do norte da RDC, o repórter do vespertino reconstitui a maneira como o vírus se propagou após a morte de um enfermeiro infectado. Há uma dúzia de mortos na localidade mas multiplicam-se os casos de pessoas atingindas com o vírus, nota, LE MONDE.
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