As primeiras páginas dos jornais franceses estão dominadas pela crise social em França no seguimento de manifestações dos coletes amarelos contra a política fiscal do governo. Coletes amarelos: Macron e Philippe recuam, titula, LE MONDE. O primeiro-ministro, Édouard Philippe, anunciou hoje uma moratória sobre o aumento de várias taxas durante seis meses. O aumento da taxa carbono, a convergência da fiscalidade do diesel e da gasolina assim como a subida do preço de electricidade, são suspensos.Um grande debate sobre os impostos e a despesa pública vai ser organizado e os parceiros sociais serão consultados sobre a mobilidade, acrescenta, LE MONDE.Sob pressão, o executivo prepara a sua saída de crise, replica, em título, LE FIGARO. O presidente da República, que quer evitar um novo sábado negro reuniu ontem à noite um comité interministerial para estudar medidas para apaziguar os ânimos dos franceses. Operação desminagem, depois de dois fins de semana de violência inédita nas ruas da capital. O ministro do Interior, Castaner, apanhado na tempestade é ouvido hoje na comissão das leis do Senado, após a sua audição de ontem na Assembleia. Errámos na comunicação, confiou o ministro Castaner, citado, no editorial do jornal LE FIGARO, crise democrática.Errámos sobretudo, porque há vários anos que a comunicação substituiu a política, nota ainda o editorial do FIGARO. Dos coletes amarelos à bílis amarela juvenil?, pergunta, LIBÉRATION, num trocadilho francês intraduzível. Perto de 150 liceus estavam bloqueados ontem e estão para vir outros movimentos de contestação dos jovens.Temendo um contágio, o executivo reflecte sobre medidas de concessão.No seu editorial, intitulado, nos limbos, LIBÉRATION, pergunta, se o preço do diesel vale a morte de um homem ou de uma mulher. A arrogância inicial acabará em humilhação. E numa discrição dificilmente compreensível, o presidente da República, refugia-se no silêncio.Sabendo que ele é o alvo principal, permanece nos limbos jupiterianos. Estranha escapatória, sublinha, LIBÉRATION, no seu editorial. Descrédito, titula, L'HUMANITÉ, referindo-se a Macron. O apoio da opinião aos coletes amarelos continua. A crise social é também uma crise política, pelo que o poder tem que se despachar.Mudando de assunto, LA CROIX, titula, sobre os Rohingas, uma vida no exílio. São refugiados que fugiram da Birmânia em 2017 para o maior campo de refugiados do mundo no Bangladesh. São milhares de refugiados rohingas que tentam organizar as suas vidas no campo, mas angustiados, com medo de serem repatriados para Birmânia.Por seu lado, LE MONDE, refere-se a Brexit perante o Parlamento de Westminster. Os deputados britânicos lançam-se numa guerrilha contra o acordo concluído entre Theresa May e a União europeia. Para a oposição trabalhista e os independentistas escocêses os sub-entendidos da primeira ministra são bem-vindos. Enfim, sobre a África, o mesmo LE MONDE, destaca Mali e a operação Barkhane, que mobiliza 4.500 soldados e representa um esforço anual de 700 milhões de euros, desde há 4 anos, para conter algumas centenas de jiadistas num perímetro imenso de 5 países do Sahel.O ministério francês dos negócios estrangeiros, pretende acentuar a luta contra contra os tráficos e sancionar os grupos armados que não respeitam o acordo de paz assinado em Argel em 2015, acrescenta, LE MONDE.
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