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Revista de Imprensa

Poder em França desorientado frente à revolta

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As primeiras páginas dos jornais franceses continuam dominadas pela paralização do país por causa do braço de ferro entre o poder e o movimento dos coletes amarelos.Indignação e fractura em França é o título do vespertino LE MONDE. Um novo dia de mobilização dos coletes amarelos está previsto para amanhã em Paris e em toda a França. O governo que teme um recrudescimento da violência disponibiliza meios consequentes. No seu editorial intitulado quebrar a inércia do ódio, LE MONDE, sublinha que a Quinta República entrou no dia 1 de dezembro num dos períodos mais caóticos da sua história.Os acontecimentos de sábado 8 de dezembro em Paris dirão se é igualmente o período mais perigoso. Aparentemente, o Palácio do Eliseu e o governo escolheram dramatizar os riscos de explosão da revolta em curso na esperança de atenuar a virulência e suas consequências políticas, acrescenta, LE MONDE.Pânico no topo do poder, replica, em título, L'HUMANITÉ. Face aos coletes amarelos, o governo sob pressão entra em contradição e atiça o medo. Um chefe de Estado isolado e uma maioria desorientada, sem falar em gafes repetitivas, dramatização, governo dividido... o executivo continua a lançar óleo para a fogueira.Por sua vez, LIBÉRATION, titula, violência, a engrenagem. A uma dada altura temos que nos defendermos, diz um colete amarelo. Os coletes amarelos não apoiam os vândalos que partem a loiça, mas não estão surpreendidos, com a escalada de violência física e verbal. Coletes amarelos: inquérito sobre uma deriva violenta, relança, LE FIGARO. Os radicais de todas as esferas procuram tirar proveito da desordem provocada pelo movimento. O IV Acto do movimento dos coletes amarelos corre o risco de ser interpretado na violência. Doravante as piores predicções são feitas para o que se passará amanhã em França, acrescenta, LE FIGARO.Mudando de assunto, LA CROIX, titula, sobre a memória dos mártires de Argélia. A beatificação amanhã em Orã, de 19 religiosos católicos assassinados durante o decénio negro ecoará longe de Argélia. São religiosas e religiosos católicos assassinados como milhares de argelinos nos anos 90 do século passado. Continua a ser tarefa impossível, em nome da concórdia civil e da reconciliação, evocar a memória dos milhares de mortos e desparecidos, cerca de 150 mil a 200 mil, nesses anos de chumbo. A beatificação de amanhã abre uma brecha e o apoio dado pelas autoridades argelinas é um sinal forte enviado à sociedade argelina e não só, nota LA CROIX.Por seu lado, LE MONDE, dá relevo, ao Líbano, exílio impossível dos sírios e palestinianos. Nos campos de refugiados, a ausência de perspectivas empurra certas famílias a tentar chegar à Europa, apesar de múltiplos obstáculos.Médicos sem fronteiras e SOS Mediterâneo põem um termo às missões de resgate de Aquárius, constam igualmente das páginas do mesmo vespertino, que nota que o barco criticado pelo governo italiano socorreu em 2 anos 30 mil pessoas. Aquárius tornou-se um símbolo da crise política à volta do acolhimento de imigrantes.Enfim, LE FIGARO, dá destaque à CDU em plena dúvida sobre o pós-Merkel. A chanceler alemã abandona depois de 18 anos a presidência do partido cristão-democrata. A CDU precisa debater a sua identidade, afirma um dos congressistas em Hamburgo, porque Angela Merkel, que governou no centro deu o sentimento de ter perdido a bússola da CDU.

Primeiras páginas dos jornais franceses de 07 de dezembro de 2018
Primeiras páginas dos jornais franceses de 07 de dezembro de 2018 RFI
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