As primeiras páginas dos jornais franceses apresentam-se divididas entre temas nacionais e internacionais que vão dos coletes amarelos até ao aquecimento global.LE MONDE, titula, Clima: expectativas goradas da COP24. A vigésima quarta conferência mundial sobre o clima, terminou no sábado, em Katowice, na Polónia, adoptando um acordo laborioso. Os 196 países chegaram a acordo sobre as regras de aplicação do acordo de Paris, concluído em 2015, com vista à sua implementação em 2020.A comunidade internacional falhou em contrapartida no avanço sobre uma alta dos esforços colectivos na luta contra a mudança climática, acrescenta LE MONDE.Por seu lado, LA CROIX, titula, Viktor Orban à reconquista da escola. O primeiro-ministro húngaro, que quer protagonizar uma contra-revolução cultural no seu país e na Europa, favorece confissões religiosas. O governo rompe com a neutralidade religiosa e ao mesmo tempo é criticado por apostar numa recristianização do país.Viktor Orban defende uma revolução conservadora que comece logo na pré-primária, com base num programa que desperte a consciência nacional, os valores culturais cristãos, o apelo à pátria e à família. Para seduzir a juventude, o seu filho, Gaspar Orban, fundou a sua própria igreja, Casa, que inclui no seu programa rock cristão, glorificação e curas, acrescenta, LA CROIX.Ainda no internacional, LE MONDE, dá relevo, ao último feudo urbano do estado islâmico na Síria, reconquistado pelas forças curdas. A organização jiadista foi derrotada em Hajin pelos curdos ajudados pela coligação internacional.Segundo os estados-maiores, os jiadistas islâmicos deverão passar de um estatuto de beligerantes visíveis à clandestinidade. Também nas páginas do mesmo vespertino, Qatar, que tira proveito do enfraquecimento de Riade para efectuar o seu regresso diplomático. O Forum de Doha, plataforma anual de debates sobre os males do mundo contemporâneo de 15 e 16 de dezembro consistia em tirar o país do isolamento a que foi relegado pelo embargo do campo pró-saudita.A ambição era celebrar a resistência do Qatar ao bloqueio da Arábia saudita, dos Emirados árabes unidos e do Barein, que, em junho de 2017, irritados pela actividade diplomática do seu vizinho, que não partilha a sua aversão pelo Irão e movimentos islamitas, como a Irmandade muçulmana, decretaram um embargo comercial contra Doha, acrescenta, LE MONDE.Mudando de assunto, por cá em França, LIBÉRATION, titula, o primeiro dia do resto do mandato de Macron. 18 meses após a sua eleição, Macron sai com algumas mossas da contestação social dos coletes amarelos que dilapidou uma grande parte do seu capital político. Para o politólogo Aurélien Preud'homme, o presidente Macron terá grandes dificuldades em fazer as suas reformas com uma tal impopularidade e interroga-se na entrevista ao LIBÉRATION: não estamos a caminhar para uma rejeição maior da opinião com picos de crispação importantes como o poder de compra, uma situação económica sofrível e um agravamento dos impostos na fonte que terão consequências psicológicas importantes?Determinação intacta, replica em título L'HUMANITÉ. O movimento enraíza-se apesar das manobras do poder para o descredibilizar e duma baixa de participação. O presidente voltou a perder mais 2 pontos desde o seu discurso na televisão e hoje a sua cota de popularidade situa-se nos 23% de opiniões favoráveis, enquanto dois terços dos franceses continuam a apoiar o movimento.Especulando sobre o esgotamento núcleo duro dos coletes amarelos e as festas de fim de ano, o executivo aposta igualmente na grande consulta nacional de 15 de dezembro a um de março. Só que a consulta não arrancou porque nenhum projecto foi apresentado. Na verdade nada está decidido em torno desta iniciativa improvisada pelo governo para fingir que respondia a aspirações democráticas, acrescenta, L'HUMANITÉ.Coletes amarelos: a crise passa, ficam os problemas, titula, LE FIGARO. A diminuição do número de manifestantes no sábado em Paris e nas cidades provinciais marca o cansaço do movimento. Mas continuam em suspenso várias questões. Apesar dos anúncios de Macron as dificuldades económicas permanecem. Para François Bayrou, líder centrista, se a participação é menor, os problemas não foram no entanto resolvidos. O governo confronta-se igualmente com a equação orçamental complexa de integrar in extremis o plano de Macron.Medidas que se elevam a 10 mil milhões de euros e que devem ser compensadas num equilíbrio financeiro já difícil, acrescenta, LE FIGARO.Enfim, sobre o continente africano, LA CROIX, destaca, Tunísia, a verdade que tarda a chegar sobre os decénios de ditadura. Nenhum representante oficial estava presente na conferência da instância da verdade e dignidade que terminou ontem em Tunes. Em 4 anos a conferência registou 50 mil testemunhos que permitiram documentar a ferocidade das ditaduras desde 1955: assassínios, torturas, violações, desaparecimentos forçados infligidos a 20 mil pessoas, acrescenta, LA CROIX.
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