O filme “Campo”, do realizador português Tiago Hespanha, esteve em destaque no Cinéma du Réel, o Festival Internacional do Filme Documentário, em Paris, que termina este domingo. Um ensaio filmado que poderá corresponder a um neologismo no cinema: o “documensaio”.
“Campo” é filmado num campo de treino militar, nos arredores de Lisboa, e cruza o concreto com o profundamente abstracto. Não é bem um documentário, mas também não é uma ficção. Tem reflexões filosóficas, referências literárias, questiona a eternidade... Um ensaio filmado, uma contracção de documentário com ensaio que se poderia chamar “documensaio”.
A brincar, o realizador chama ao filme um " Frankenstein", mas também poderia ter falado em objeto fílmico não identificado, uma espécie de ‘OFNI’ que parte do real para pensar a própria condição humana e a transcendência.
A entrevista com Tiago Hespanha começa em “Campo” e resvala rapidamente para fora de campo... Como no filme. Porque a ideia é “retirar o chão” ao espectador, admite o cineasta. Oiça a entrevista clicando na imagem principal.
O festival Cinéma du Réel termina este domingo, em Paris, e já foi divulgado o palmarés dos prémios. Ainda que não tenha conquistado nenhum, "Campo" foi um dos grandes destaques da imprensa francesa.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro