Exército força Presidente argelino Bouteflika a demitir-se
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As primeiras páginas dos jornais franceses apresentam-se diversificadas, entre assuntos de política internacional e africana.Argélia: exército afasta o clã Bouteflika, titula, LE MONDE. Abdelaziz Bouteflika demitiu-se ontem, uma hora depois dum severo solavanco do chefe do estado maior das forças armadas, general Ahmed Gaïd Salah. O irmão, Saïd Bouteflika, tinha proposto ontem de manhã que Abdelaziz Bouteflika fosse substituído pelo antigo chefe de Estado, Liamine Zéroual, para assegurar a transição.O episódio brutal coloca em pratos limpos o peso do exército que quer ser visto como um aliado dos manifestantes que têm estado nas ruas das cidades do país e pretende continuar a controlar as rédeas do regime. Em Argel, milhares de manifestantes, rejubilam-se com a primeira vitória que é a demissão de Bouteflika, mas dizem que vão continuar com as manifestações, nota LE MONDE.Bouteflika: o fim, replica, em título, LE FIGARO. Após 20 anos no poder, o presidente argelino demitiu-se ontem sob pressão da rua e do exército. Uma saída sem glória de um Presidente que queria encarnar o orgulho argelino.Cego pelo desprezo e o autoritarismo, o clã presidencial não viu que o povo argelino já está farto desse regime. Uma parte do povo deitou abaixo o muro do medo descendo às ruas galvanizando a maioria dos manifestantes que têm estado a pedir a queda do regime, nota, LE FIGARO.Por seu lado, L'HUMANITÉ, escreve que a justiça começou a debruçar-se sobre os diferentes apoios do clã no poder. Mesmo com a demissão do chefe de Estado, a ira popular não se extingue e alguns oligarcas cairam no desmoronamento da casa Bouteflika. Mudando de assunto, na actualidade internacional, LA CROIX, titula, Brexit, o plano das empresas francesas. Mergulhados, numa incerteza, cada vez maior, transportadores, industriais e exportadores, preparam-se para qualquer tipo de eventualidades. O sector dos camionistas já está preparado para o caso de os britânicos reclamarem certificações específicas sobre os produtos.Mas certificações que poderão pôr problemas a outros que não estão habituados a exportar fora da União Europeia, afirma Roland Gibert, patrão duma empresa de camiões de 100 empregados, nota, LA CROIX. Por seu lado, LE MONDE, refere-se à reviravolta de Theresa May, primeira-ministra britânica que propos a Jeremy Corbyn, líder da oposição, uma plataforma de entendimento, corrrendo o risco de provocar uma explosão do seu governo e mesmo do seu Partido conservador. Assim, May, anunciou ir pedir à União europeia, um novo e curto adiamento do Brexit, previsto para 12 de abril.O chefe da oposição trabalhista, Corbyn, favorável a um Reino Unido numa União alfandegária com os 27 países da União europeia, devia encontrar-se hoje com Theresa May, o que suscita furor entre os conservadores que denunciam traição da primeira-ministra britânica, nota LE MONDE.Por seu lado, LIBÉRATION, pergunta, em título, a propósito do clima, e se parássemos de viajar de avião? Transportes, consumo... certas pessoas já o fazem. Mas para que tal seja verdadeiramente eficaz tem de haver responsabilização a constrangimentos. Sacrificar as nossas liberdades para salvar o planeta? Sensibilizar os cidadãos?O método não basta, pelo que se levantam vozes reclamando medidas duras face às alterações climáticas, como uma ditadura verde como única resposta eficaz a uma urgência climática que põe em perigo a humanidade, escreve, LIBÉRATION.Enfim, L’HUMANITÉ, titula, sobre a sublevação da escola contra a reforma do ministro da educação Blanquer. Pais contra a lei Blanquer é um dos slogans de manifestações de pais e professores denunciando o carácter desigual e ideológico dos projectos do ministro da Educação nacional.