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Economias

Notre-Dame: “Mil milhões de euros é mais que suficiente”

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Quase mil milhões de euros em donativos em apenas dois dias para salvar a Catedral de Notre-Dame. As imagens deste símbolo de Paris a arder levaram os multimilionários franceses a abrir os cordões à bolsa, com vantagens fiscais no horizonte. “Mil milhões de euros é muito mais do que suficiente para a reconstrução de Notre-Dame”, considerou o historiador de arte Philippe Mendes, sugerindo que se use parte desse dinheiro para prevenir outras catástrofes noutros monumentos.

Catedral de Notre-Dame de Paris após o incêndio. 16 de Abril de 2019.
Catedral de Notre-Dame de Paris após o incêndio. 16 de Abril de 2019. LUDOVIC MARIN / AFP
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Após o incêndio que devastou a estrutura superior da Catedral de Notre-Dame de Paris, os donativos para restaurar o monumento mais visitado da Europa alcançaram 850 milhões de euros em apenas dois dias. O gigante petrolífero Total ofereceu 100 milhões, assim como a multimilionária família francesa Pinault. O grupo LVMH e a família Arnault - no topo dos mais ricos de França - ofereceu 200 milhões, o mesmo valor prometido pela família Bettencourt-Meyers e o grupo L'Oréal. As vantagens fiscais ligadas aos donativos provocaram uma onda de indignação e a família Pinault acabou por renunciar às tais vantagens fiscais.

Para o historiador de arte Philippe Mendes, “mil milhões de euros é muito mais do que suficiente para a reconstrução e o restauro de Notre-Dame”. O também galerista e comissário sugere que uma parte do dinheiro seja transferida para o restauro de outros monumentos em França para evitar novas catástrofes como o incêndio de Notre-Dame, devido ao frágil estado de conservação de muitos outros.

Philippe Mendes também defende que “o mais custoso é o tempo” que vai ser necessário para o restauro da catedral, rejeitando a ideia de uma reconstrucção em cinco anos, como prometido pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

O historiador de arte alerta, ainda, que é preciso evitar “fantasias” de uma “coisa mais contemporânea” e apela a que se faça uma “reconstrução idêntica” à catedral restaurada pelo arquitecto Viollet-le-Duc no século XIX e uma estrutura de vigas no tecto semelhante à do século XII.

Quanto aos incentivos fiscais para os donativos, Philippe Mendes considera que “a lei do mecenato existe em França e permite ajudar o património”, mas admite que se chegou a um limite dado que uma parte dos rendimentos dos multimilionários vai, assim, escapar aos cofres de Estado.

Por outro lado, o galerista considera que o incêndio de Notre-Dame “não vai ter propriamente impacto no turismo em Paris, pelo contrário vai suscitar uma curiosidade ainda mais importante”.

Oiça a entrevista completa clicando na imagem principal e veja aqui dois excertos vídeo.

 

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