França: MP pede processo contra Air France devido a acidente em 2009
Apos 10 anos de peritagens e batalhas jurídicas, o Ministério Público francês pediu esta quarta-feira, a instauração de um processo penal contra a Air France, devido ao acidente no voo Rio de Janeiro/Paris que em 2009, causou a morte de 228 pessoas no entanto foi arquivado o processo contra a Airbus construtora do A330 na origem da catàstrofe.
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O Ministério Público francês acusa a Air France de "imprudência e negligência" por não ter dado suficientes informações aos pilotos sobre o processo a adoptar em caso de anomalias ligadas às sondas Pilot, que congelaram durante o voo AF 447 e que permitem o controlo da velocidade do avião...isto após vários incidentes do mesmo tipo segundo a acusação de 2012.
No entanto foram arquivadas por falta de provas, as acusações contra a Airbus, construtora europeia do avião A330, que provocou a maior catàstrofe aérea jamais registada na história da Air France a do voo AF447 que se despenhou no Oceano Atlântico causando a morte dos 228 passageiros e tripulação de 34 nacionalidades.
Ministério Público francês pede processo legal contra Air France
Os juízes devem agora decidir se dão seguimento a essas requisições e ordenar o julgamento da Air France, quando em 2011 durante a investigação as duas empresas Air France e Airbus tinham sido indiciadas por "homicidios involuntários".
Num memorando transmitido à justiça francesa em 2010, Air France declinava qualquer responsabilidade no acidente e acusava a Airbus e a Thales de terem ignorado os seus alertas sobre incidentes com as sondas Pilot.
Em 2012 a primeira peritagem apontou falhas da tripulação, problemas técnicos e falta de informações do piloto no caso do congelamento da sonda Pilot, a Airbus pediu uma contra-peritagem, que concluiu que houve uma "reacção inadequada da tripulação" e apontou deficiências de procedimento da Air France.
Julgando o relatório excessivamente favorável à Airbus, os familiares das vítimas e a companhia aérea interpelaram o Tribunal de Recurso de Paris, que tinha ordenado a anulação do processo e pediram a reabertura do inquérito
A última avaliaçao em Dezembro de 2017 voltou a provocar indignação das partes civis, pois os peritos reiteraram que a causa directa do acidente resultou de acções inadaptadas do piloto e da tripulação e tendia jà a ilibar a Airbus, o que foi considerado escandaloso pelas famílias das vítimas, que querem um debate contraditário e público com a Airbus e a Air France.
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