“A França tem uma parte de África”, eis a frase pronunciada pelo Presidente Emmanuel Macron nesta quinta-feira 15 de Agosto de 2019, nas comemorações do desembarque das tropas aliadas contra a Alemanha nazi na Provença, no sul do território francês. Cerimónias que contaram com a presença dos Presidentes Alassane Ouattara da Costa do Marfim, e Alpha Condé da Guiné-Conacri, além do antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy.Recorde-se que a 15 de Agosto de 1944, dez semanas depois do desembarque da Normandia, milhares de soldados franceses lançaram uma segunda ofensiva nas praias do sul da França para participar na libertação da Europa da presença da Alemanha nazi.Além de acelerar a retirada alemã, este segundo desembarque foi altamente simbólico visto que apenas um pequeno grupo de soldados franceses tinha participado no desembarque da Normandia.Na ofensiva mediterrânica participaram 450 mil homens, dos quais 250 mil eram provenientes das colónias francesas do norte da África, onde figurava também o célebre contingente de fuzileiros senegaleses, na realidade combatentes de várias origens ao Sul do Sahara.O próprio general Charles de Gaulle minimizou a operação. A lembrança da chamada Operação Dragoon esvaneceu-se ao longo das décadas, eclipsada pelo legado da Normandia.Rafael Lucas, Professor catedrático da universidade de Bordéus, esclareceu-nos quanto a esse esquecimento e elogiou a atitude de Macron que tem reconhecido os erros franceses no reconhecimento do continente africano na história da França.O 75° (Septuagésiom quinto) aniversário do desembarque na Provença decorreu no Cemitério Nacional de Boulouris, no litoral mediterrânico, onde estão enterrados 464 soldados mortos na operação.
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França: Nova lei de imigração fomenta “a preferência nacional”
O Presidente francês promulgou na sexta-feira, 26 de Janeiro, a nova lei da imigração. Mais de um terço do documento final foi censurado pelo Conselho Constitucional, acusado pela direita de ter cometido um “golpe de Estado de direito”. Isabel Borges Voltine, activista franco-cabo-verdiana, diz-se “chocada” com o facto de o Governo ter proposto uma lei “típica da ideologia de extrema-direita” e acusa o executivo de fomentar “a preferência nacional”.30/01/202408:24