América Latina, tábua de salvação das grandes empresas espanholas

O jornal francês "Le Monde" deste sábado publica um artigo econômico ressaltando a presença bem sucedida do país na região, na véspera das eleições legislativas  

O jornal francês Le Monde enfatiza o interesse dos investidores espanhóis na América Latina. Le Monde

O exemplo do grupo de telecomunicações Telefonica, o segundo do Brasil depois da compra da operadora de telefoniaVivo, é citado como o grande sucesso. Telefonica investiu mais de 5 bilhões de euros na América Latina neste ano, depois de ter colocado 13 bilhões em 2010 e 108 bilhões no ano anterior. O suficiente para ter se tornado o primeiro investidor da região.

Este não é um caso isolado. Garantir uma parte do faturamento do outro lado do Atlântico é a estratégia das grandes empresas espanholas. Como Repsol, no setor energético, Banco Santander e BBVA nas finanças, Mapfre, segunda companhia de seguros na zona, além das construtoras como ACS, Sacyr-Valermoso, OHL, Acciona e outras.

O interesse é fundamentado, lembra o jornal francês, pois o continente latino-americano representa um mercado com 600 milhões de habitantes, com perspectivas a perder de vista. A prova são os projetos anunciados recentemente: Acciona vai construir o primeiro parque eólio da Costa Rica e finalizar três outros no México; Sacyr-Vallermoso, que dirige o consórcio encarregado de expandir o canal do Panamá, fechou contrato para construir duas estradas no Chile, ACS vai erguer uma central elétrica no Brasil e OHL uma fábrica para extrair sal do mar.

As empresas espanholas também estão presentes com força em outros setores. Iberdrola é o primeiro gerador privado de energia elétrica do México e o primeiro distribuidor em número de clientes do Brasil.
E se falarmos em benefícios, o banco Santander na América Latina representa hoje mais de 50% dos lucros do grupo.

E falando em lucro, até as grandes sociedades do Ibex 35, o índice da bolsa espanhola, previu aumentar suas atividades na América Latina. Perguntem qual o destino favorito? O Brasil, para 96% das empresas.