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Acordo de Durban sobre o clima foi um parto difícil, diz imprensa francesa

Acordo tímido, pouco ambicioso, compromisso mínimo... A imprensa francesa desta segunda-feira critica em peso o resultado de duas semanas da Conferência do Clima da ONU realizada em Durban, na África do Sul. Os enviados especiais dos jornais relatam as horas finais das negociações, que terminaram com um documento que agradou os representantes dos 195 países, mas não convenceu o movimento ecologista, que esperava medidas concretas.

Com mais de 30 horas de atraso, os representantes dos países da ONU chegaram a um acordo no domingo, 11 de dezembro.
Com mais de 30 horas de atraso, os representantes dos países da ONU chegaram a um acordo no domingo, 11 de dezembro. REUTERS/Rogan Ward
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As negociações quase terminaram em catástrofe e com um atraso de mais de 30 horas foi anunciado um compromisso mínimo que é o de concluir um acordo em 2015 para aplicá-lo em 2020, escreve o Le Figaro. Em entrevista ao jornal conservador, a ministra francesa do Meio Ambiente, Nathalie Kosciusko-Morizet, reconheceu que o texto final não atingiu as metas da União Europeia mas permitiu um espaço de negociação envolvendo todos os países.

O Libération relatou como um diário as discussões intensas entre os negociadores e concluiu que a mobilização para combater o aquecimento global continua firme mas resultou em um parto difícil com um resultado pouco glorioso. Foram 36 horas de resignação, afirma o jornal, que acompanhou a reta final da conferência.

Para o Les Echos, Durban entrará para a história pelos suas negociações "longas, laboriosas e mais perigosas" da história das conferências sobre o clima da ONU. Os resultados ficaram bem abaixo das expectativas dos cientistas, escreve o jornal, lembrando que os 195 países não conseguiram entrar em um acordo sobre um texto no qual, pela primeira vez, todos os países se comprometeram a agir para conter o aumento do mercúrio, apesar de que metas não foram fixadas.

O diário econômico aponta como um avanço concreto a decisão da China e da Índia, dois gigantes emergentes que, após os Estados Unidos, confirmaram a disposição de assinar o acordo global em 2015 para diminuir a emissão de poluentes na atmosfera. Em título, o Les Echos resume sua percepção: Durban salvou o Protocolo de Kyoto mas com ambições bem modestas.

O Aujourd'hui en France entrevistou um especialista do clima que lembrou porque é tão difícil chegar a um acordo para combater o aquecimento global: é que os combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, ainda são os motores do desenvolvimento do planeta. É preciso mudar esse modelo, resumiu o cientista.

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