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Imprensa

Opositor de Sarkozy cria surpresa ao propor congelamento dos preços dos combustíveis

O candidato socialista à presidência francesa e favorito nas pesquisas, François Hollande, anunciou ontem que se for eleito vai congelar os preços dos combustíveis. O diário econômico Les Echos analisa a proposta num momento em que os cofres públicos sofrem com a queda de arrecadação provocada pela crise econômica.

O candidato do Partido Socialista, François Hollande.
O candidato do Partido Socialista, François Hollande. REUTERS/Regis Duvignau
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Surpreendenedo até mesmo seus partidários, Hollande declarou que a medida seria temporária. A ideia é introduzir uma taxa flutuante no imposto recolhido pelo Estado nos produtos derivados de petróleo. Assim, quando o preço do barril subir muito no mercado internacional, como é a tendência no momento, automaticamente a taxa cobrada pelo Estado cairia para não encarecer demais a gasolina. Para o socialista, não é justo que o consumidor pague de seu bolso as oscilações do petróleo no mercado internacional. Os franceses que dependem do carro para trabalhar são penalizados duplamente, segundo o candidato.

O diário Les Echos nota que o congelamento dos preços dos combustíveis não faz parte do programa da legenda nestas eleições, mas é uma reivindicação antiga do Partido Socialista. A proposta não foi uma improvisação de Hollande, escreve Les Echos, mas uma resposta do candidato ao projeto do presidente Nicolas Sarkozy de aumentar o imposto sobre produtos e serviços de até dois pontos percentuais.

O risco, na opinião do Les Echos, é que a medida custe caro aos cofres públicos. A taxa flutuante nos preços dos combustíveis já foi adotada no passado, de 2000 a 2002, e custou na época uma queda de arrecadação de 2,7 bilhões de euros aos cofres do Estado. Um luxo que a França não pode se permitir nesse momento de crise, em que o compromisso deve ser a diminuição do déficit público.

O jornal conservador Le Figaro dedica sua manchete a um candidato que ameaça a candidatura socialista: Jean-Luc Mélénchon, da Frente de Esquerda. Segundo Le Figaro, até agora o PS não se preocupou muito com ele, mas a plataforma de extrema-esquerda de Mélanchon seduz cada vez mais uma parte do eleitorado de esquerda.
 

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