Acesso ao principal conteúdo
França/terrorismo

Irmão de atirador de Toulouse se torna o centro das investigações

O irmão mais velho do atirador de Toulouse, Abdelkader Merah, 29 anos, deve ser ouvido por um juiz na manhã deste domingo, na capital francesa. Ele e sua esposa chegaram neste sábado em Paris, onde estão sob a custódia da Divisão Anti-terrorista da Direção Central de Inteligência Interior (DCRI, sigla em francês). Segundo uma fonte policial, ele disse estar orgulhoso dos atos de seu irmão Mohamed Merah, 23 anos, abatido na última quinta-feira pela polícia após cometer sete assassinatos no sudoeste da França.

Imagem retirada de um vídeo de data desconhecida do atirador de Toulouse, Mohamed Merah, de 23 anos, autor de sete mortes no sudoeste da França.
Imagem retirada de um vídeo de data desconhecida do atirador de Toulouse, Mohamed Merah, de 23 anos, autor de sete mortes no sudoeste da França. REUTERS/France 2 Television/Handout
Publicidade

A mesma fonte policial também revelou ao jornal Le Parisien que Abdelkader reconheceu estar presente durante o roubo da scooter Yamaha T-Max, no dia 6 de março – veículo utilizado pelo por seu irmão durante a morte dos três militares em Montauban e de outras quatro pessoas, entre as quais três crianças, de uma escola judaica de Toulouse. Ele afirmou também ter acompanhado Mohamed em uma oficina da Yamaha para se informar como desativar o sistema de geolocalização da motocicleta.

Em contrapartida, negou estar a par dos planos criminosos de Mohamed. Mas Abdelkader é conhecido pelas autoridades de segurança por seu engajamento ao Islã radical, caracterizado como "salafista e fundamentalista religioso", segundo a polícia.

A custódia da polícia francesa do irmão mais velho Merah e sua esposa expira amanhã, até quando o casal pode ser submetido a interrogatórios. Desde a última quarta-feira, eles estavam sendo ouvidos pelo serviço regional da polícial judiciária de Toulouse. Eles também podem ser convocados por um juiz que decidirá se há elementos necessários para que eles sejam colocados sob uma nova investigação.

O chefe do DCRI, Bernard Squarcini, declarou não acreditar na existência de uma rede terrorista na qual a família Merah poderia estar envolvida. No entanto, os investigadores se perguntam como o jovem de 23 anos, supostamente vivendo com ajuda dos serviços sociais do Estado, conseguiu montar um arsenal que contava, inclusive, com uma metralhadora e um fusil.

A mãe do atirador de Toulouse, Zoulikha Aziri, que também estava sob a custódia da polícia foi liberada. Segundo seu advogado,  Jean-Yves Gougnaud, ela declarou estar sentindo “muita culpa e remorso”. "Ela se questiona de que forma poderia ter impedido seu filho de assassinar sete pessoas", contou. Os investigadores descobriram que Aziri era casada com o pai de um homem que pertencia a um grupo radical condenado em 2009 por associação terrorista.

Reunião com ministros

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, convocou no final da manhã deste sábado uma reunião com o primeiro-ministro, François Fillon, os ministros do Interior, Claude Guéant, e da Justiça, Michel Mercier, além dos diretores da polícia nacional, e dos chefes das divisões anti-terroristas de Inteligência Interior e Exterior (DCRI e DGSE). O encontro tem o objetivo de abordar as questões de segurança no país, depois que a eficácia da ação tática do RAID, uma unidade de elite da polícia francesa, no cerco e morte de Merah foi intensamente questionada e caracterizada como “falha”.

"Não deixarei ninguém duvidar da honra do RAID e das forças da polícia que colocaram fim à trajetória de um indivíduo monstruoso", afirmou Sarkozy no início da noite deste sábado. O líder francês garantiu que ele vai encontrar todos os que participaram das operações que resultaram na morte de Merah para informá-los da gratidão e do orgulho do povo francês.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.