Jornais franceses destacam eleições legislativas, crise e casamento gay
Enquanto o presidente eleito da França François Hollande se prepara para combater a austeridade pela Europa e desviar o foco do combate à crise da dívida para o crescimento, Angela Merkel sinaliza que vai fincar pé em suas estratégias financeiras. De acordo com Le Figaro, a chanceler alemã "não vai ceder nada a Hollande". Na prática, isso significa que a Alemanha vai se ater à disciplina fiscal, independentemente do que o novo presidente leve para o encontro marcado para a próxima terça-feira. De acordo com o diário econômico Les Echos, tudo que Hollande fez nestes últimos dias foi discutir a crise grega e o pacto orçamentário.
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Outro assunto que foi manchete nesta sexta-feira foi a reunião do partido UMP acerca das eleições legislativas. Les Echos mostrou todo o percurso até a escolha do slogan "Juntos, escolhemos a França" e todos os jornais frisaram que o partido de Nicolas Sarkozy pretende manter nas Legislativas a estratégia adotada para o segundo turno das eleições presidenciais.
O Libération traz uma entrevista de duas páginas com Guillaume Peltier, articulador da guinada à direita da campanha de Sarkozy. Sustentado pelo bom resultado nas presidenciais, ele prevê que "bastaria convencer três quartos de seus eleitores para vencer as Legislativas. De acordo com Le Figaro, a UMP deve rechaçar cinco pontos do programa de governo de Hollande: a recusa à adoção da regra de ouro do equilíbrio orçamentário, o direito de voto dos estrangeiros em eleições municipais, a aposentadoria aos 60 anos de idade e as políticas fiscal e nuclear.
No plano internacional, o destaque foi a declaração de Barack Obama a favor do casamento gay. De acordo com Le Figaro, o posicionamento do presidente foi calculado. Uma pesquisa do Instituto Gallup mostra que metade dos americanos é favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e o apoio é ainda mais expressivo entre os jovens. Mas, o fiel da balança para o súbito apoio de Obama teria sido a pressão de doadores homossexuais. O jornal aponta que, nos noventa minutos que se seguiram à declaração, os cofres da campanha do presidente engordaram em um milhão de dólares.
O Libération dedica a capa e mais quatro páginas ao casamento gay e frisa que François Hollande também é favorável à causa. E diz que esta pode ser uma das grandes lutas pelos direitos civis de nossa época.
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