Paquistão expulsa funcionários de ONG acusada de acobertar caça a Bin Laden
O governo paquistanês ordenou a expulsão imediata de todos os funcionários estrangeiros da ONG Save the Children no país, informou nesta quinta-feira um porta-voz da organização. As autoridades locais acusam o grupo de colaborar com uma falsa campanha de vacinação em Abotabad, idealizada pelos Estados Unidos como disfarce para localizar e matar o ex-líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden.
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Esta campanha, teria sido levada a cabo em março de 2011, poucos meses antes do ataque clandestino que acabou com a vida de Bin Laden, em 2 de maio de 2011. Pouco depois da polêmica batida, que teve até invasão do território paquistanês por forças americanas, o médico paquistanês Shakeel Afridi foi preso. Em 23 de maio deste ano, ele foi condenado a 33 anos de prisão por um tribunal paquistanês, sob a acusação de organizar a campanha fictícia para a CIA, em 2008.
Em um relatório apresentado pela acusação no julgamento, Afridi, que à época trabalhava para o governo nas zonas tribais a noroeste do país, teria se encontrado regularmente com agentes americanos em Islamabad. O mesmo relatório acusa a diretoria da ONG na época de submeter a medicina à caça de Bin Laden, acusação negada pela ONG.
De acordo com o porta-voz da Save the Children, não houve nenhuma explicação oficial para a expulsão e isto não significa o fim de suas atividades no país. "Continuaremos a atuar no Paquistão, onde oferecemos serviços a 7 milhões de crianças por meio de nossos 2 mil funcionários locais", afirmou.
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