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Imprensa

Guia francês lista remédios à venda na França e no Brasil que seriam perigosos à saúde

O jornal Le Parisien desta quinta-feira, 13 de setembro, chegou às bancas com uma manchete bombástica. A metade dos medicamentos vendidos na França seriam inúteis ou perigosos para a saúde, segundo um estudo de dois renomados médicos franceses.

Capa do jornal francês Le Parisien.
Capa do jornal francês Le Parisien.
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O professor Philippe Even e o deputado Bernard Debré, igualmente médico e ex-presidente da Assembleia francesa, publicam no "Guia dos 4 mil medicamentos úteis, inúteis ou perigosos" os resultados de suas pesquisas. A publicação chega hoje às livrarias.

Le Parisien cita dez medicamentos descritos no guia que seriam perigosos. Vários deles são vendidos no Brasil. A começar pela ritalina, droga amplamente utilizada no Brasil como estimulante para o tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. A ritalina oferece risco principalmente às crianças. Também são classificados como perigosos pelo guia francês o Requip Genérico, usado no tratamento da doença de Parkinson e da Síndrome das Pernas Inquietas; o Vastarel, vasodilatador que pode causar complicações cardíacas; e o Zyban, para ajudar as pessoas a parar de fumar. O Zyban pode causar depressão e aumenta o risco de suicídio, segundo os autores do estudo.

Maiores consumidores de remédios do mundo, os franceses compraram em média no ano passado 47 caixas por pessoa. Como o sistema público de saúde reembolsa 77% dos gastos individuais, inclusive de remédios, as pessoas não se preocupam com esse gasto. Com o passar do tempo, se instalaram abusos tanto de parte dos laboratórios farmacêuticos quanto dos médicos, que muitas vezes prescrevem um número excessivo de remédios sem necessidade. Resultado: atualmente, o sistema público francês de saúde é hiperdeficitário.

Só em remédios, no ano passado o SUS francês reembolsou 25,7 bilhões de euros aos consumidores. É para acabar com essa gastança desenfreada e também com os riscos que isso representa à saúde que os dois médicos autores do livro publicam o guia de boas comprar nas farmácias. Se o governo suspendesse o reembolso de metade dos medicamentos inúteis à venda, os cofres públicos poderiam economizar até 10 bilhões de euros por ano.
 

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