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Irã/ Censura

Chefe da polícia iraniana é demitido após morte de blogueiro

O chefe da cyber-polícia de Teerã, encarregada de controlar a internet, foi demitido após a morte em detenção do blogueiro Sattar Beheshti, segundo o site da polícia iraniana. Preso em 30 de outubro por ter criticado o regime iraniano na rede, Beheshti, de 35 anos, foi encontrado morto em sua célula dois dias depois.

O blogueiro Sattar Beheshti, morto no começo de novembro por denunciar censura do governo iraniano.
O blogueiro Sattar Beheshti, morto no começo de novembro por denunciar censura do governo iraniano. courtesy photo
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“O general Esmaïl Ahmadi Moghadam, chefe da polícia iraniana, demitiu o coronel Said Shokrian, chefe da cyber-polícia de Teerã, por negligência, fraqueza e por não controlar seu pessoal”, afirma o site da polícia.

O chefe da comissão de Segurança nacional e das Relações Exteriores do Parlamento, Alaeddine Boroujerdi, declarou no sábado que Sattar Beheshti foi “certamente” espancado na prisão. “Ainda que os médicos legistas tenham afirmado que a morte de Sattar Beheshti não tenha sido resultado de golpes mas de um choque e do medo”, declarou Boroujerdi, citado pelo site oficial do Parlamento. “A cyber-polícia deve rever seus métodos”, acrescentou.

No começo da semana, um deputado membro da comissão de investigação da morte do blogueiro, Mehdi Davatgari, questionou a cyber-polícia e pediu a demissão de seu chefe.

“A justiça vai agir contra os responsáveis do incidente”, declarou o chefe do centro dos Direitos Humanos do judiciário, Mohammad Javad Larijani, citado sábado pela imprensa. Ele acrescentou que a morte de Beheshti era “suspeita”.

Na semana passada, a promotoria de Teerã indicou que a morte do blogueiro era “provavelmente resultado de um choque, devido a golpes em partes sensíveis do corpo ou a pressões psicológicas extremas” e garantiu que a investigação continuaria.

Segundo a Anistia Internacional, o blogueiro poderia ter morrido devido a torturas, depois de ter se queixado contra abusos do qual era vítima. A ONU e vários países ocidentais pediram ao governo iraniano para investigar o caso.

 

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