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Volta de Berlusconi gera preocupação com a zona do euro

O choque na Itália provocado pela demissão do primeiro-ministro Mário Monti e a volta de Silvio Berlusconi à arena política é o assunto em destaque na imprensa francesa desta segunda-feira. Os jornais analisam as consequências para a Itália e também para a zona do euro dessa nova crise política no país.

O retorno de Silvio Berlusconi provocou uma crise política na Itália.
O retorno de Silvio Berlusconi provocou uma crise política na Itália. REUTERS/Tony Gentile/Files
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O retorno da Múmia. Com essa manchete agressiva, o Libération afirma que a decisão de Berlusconi de voltar à política precipitou a saída de Monti do governo e ameaça mergulhar não apenas a Itália mas também a zona do euro no caos.

Um ano depois de sair vaiado do poder, a Múmia, como Berlusconi é chamado pelos italianos devido suas inúmeras cirurgias plásticas, não esperava que o anúncio de sua volta provocaria a demissão de Monti. Para o Libération, trata-se de uma resposta hábil do atual primeiro-ministro. Mario Monti não quer ser refém do jogo de Berlusconi, que retirou o apoio de seu partido e acusa seu governo de ser tecnocrata e levar aos italianos à pobreza e ao desespero.

Para o Les Echos, duas cenas teatrais do final de semana levaram a Itália a entrar em uma nova tormenta política. Mario Monti, segundo o jornal, inverteu o jogo e faz Berlusconi carregar o peso da responsabilidade dessa crise no momento em que seu partido tem apenas 18% das intenções de voto.

O caráter irrevogável da demissão de Monti antecipa para fevereiro as eleições legislativas, informa o diário econômico. A próxima campanha eleitoral na Itália terá a marca do populismo escreve em sua manchete o conservador Le Figaro.

O jornal diz que a melhor palavra para definir a opinião pública italiana neste momento é consternação. Para dar a medida do impacto da postura de Berlusconi, Le Figaro traduz as manchetes e análises da imprensa italiana no domingo e todas revelam que Mario Monti foi digno e deixou claro sua indignação com o fim do apoio do partido de Berlusconi ao seu governo.

De Bruxelas, um analista do Le Figaro escreve que há vários meses os países europeus se preocupam com as medidas impopulares do governo Monti para combater a crise. E afirma: independentemente de quem será o novo primeiro-ministro italiano a dúvida vai continuar. Será alguém com credibilidade suficiente para levar adiante as reformas que a Itália precisa?
 

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