Ex-ministro suspeito de lavagem de dinheiro é destaque na imprensa
O 1° de Maio é o único dia do ano em que os jornais franceses não publicam novas edições. Mas a imprensa continua cobrindo as principais notícias por meio de seus sites. E neste Dia dos Trabalhadores as manchetes na Internet abordam a polêmica envolvendo o ex-ministro Claude Guéant, além das manifestações políticas e sindicais organizadas na França.
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Depois que o jornal Le Canard Enchainé revelou que a conta bancária de Claude Guéant recebeu um depósito de 500 mil euros proveniente do exterior, o ex-ministro do Interior de Nicolas Sarkozy está tentando se defender das acusações de lavagem de dinheiro.
Essa descoberta foi feita pela polícia, que revistou o domicílio do ex-ministro em uma investigação sobre um suposto financiamento líbio da campanha de Sarkozy.
O jornal progressista Libération aponta que Claude Guéant passou a terça-feira dando entrevistas para explicar a origem da soma. Ele nega qualquer ligação com o financiamento da campanha eleitoral e alega que esse meio milhão de euros é resultado da venda de dois quadros holandeses do século 17.
Em seu site, Le Monde publica uma reportagem relembrando a trajetória do ex-ministro, que se tornou o elo de ligação de Nicolas Sarkozy com os governos africanos. Depois de deixar o governo, ele voltou a atuar como advogado.
Le Figaro não dá destaque às dificuldades do ex-ministro de direita. A principal manchete de seu site afirma que a atual conjuntura social, política e econômica da França é muito favorável a Marine Le Pen, a líder do partido de extrema direita Frente Nacional. Hoje ela é a principal estrela da tradicional manifestação de Primeiro de Maio realizada por seu partido em Paris.
Segundo o jornal, as pesquisas de opinião são encorajadoras e as lideranças da Frente Nacional estão otimistas quando às suas chances de conquistar mais espaço político nas eleições municipais e europeias de 2014.
Do outro lado do espectro político, o comunista L'Humanité, tradicionalmente porta-voz das reivindicações dos trabalhadores franceses, aponta que quase um ano após a eleição do socialista François Hollande as expectativas de mudança no campo social ainda não foram atendidas. Para fazer com que a voz dos trabalhadores seja ouvida pelo governo, 279 passeatas e manifestações estão programadas em todo o território nacional.
Mas os trabalhadores franceses não estão todos de acordo, como aponta La Croix. O jornal católico enfatiza que pela primeira vez desde 2008, a CFDT e a CGT, as duas principais centrais sindicais do país, não vão desfilar juntas neste 1° de maio. Os sindicalistas estão divididos em relação à reforma para flexibilização emprego proposta pelo governo, em um contexto de recorde do número de desempregados na França.
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