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Protestos/Brasil

Dilma defende reforma política e corrupção como crime hediondo

A presidenta brasileira Dilma Rousseff propôs nesta segunda-feira em Brasília cinco pactos para atender às demandas da revolta social que há dez dias toma conta das principais cidades do Brasil. Enquanto o grande debate entre os manifestantes gira em torno da falta de demandas específicas desde que cidades como São Paulo e Rio reverteram aumentos em tarifas de ônibus, a chefe do Estado acabou apresentando ela mesma meios concretos de transformar as exigências genéricas em ações. 

A presidenta Dilma Rousseff
A presidenta Dilma Rousseff Reuters / Marcelino
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Para os manifestantes que gritaram "abaixo a corrupção", Dilma propôs o estabelecimento de um plebiscito para criar uma constituinte da reforma política, além de defender que a corrupção seja transformada em crime hediondo. A quem gritou por "mais educação", ela reiterou seu compromisso com o direcionamento de 100% dos royalties do petróleo para a educação, medida que depende da aprovação do Congresso Nacional.

"Mais saúde" gritavam as ruas. Dilma voltou a defender a proposta polêmica de importar médicos para trabalhar em regiões carentes e ampliar a oferta de cursos de medicina. "Abaixo a inflação" e ela defendeu maior responsabilidade fiscal, ao atribuir o aumento de preços à crise econômica mundial. Quanto à demanda que fez eclodir todo o movimento nos últimos anos, a presidenta prometeu o repasse de 50 bilhões de reais para obras de mobilidade.

O anúncio foi feito ao fim de uma jornada de reuniões que começou às 13h30 em Brasília, no encontro entre a chefe de Estado e membros do Movimento Passe Livre (MPL). Logo na sequência, Dilma Rousseff esteve com os prefeitos das 26 capitais brasileiras, além de alguns governadores, para discutir medidas concretas de mobilidade urbana.

Demanda específica
Antes do encontro com a presidenta, o MPL divulgou uma carta aberta em que se disse surpreso com o convite para o encontro. "Esse gesto de diálogo que parte do governo federal", diz o texto "destoa do tratamento aos movimentos sociais que tem marcado a política desta gestão. Parece que as revoltas que se espalham pelas cidades do Brasil desde o dia seis de junho tem quebrado velhas catracas e aberto novos caminhos".

Após o encontro, Caio Martins, membro do MPL disse em entrevista à RFI, que a demanda do Passe Livre diz respeito exclusivamente ao transporte público e suas consequências sociais - demanda urbana, mobilidade urbana etc. "A gente defendeu uma proposta de emenda constitucional (PEC 90) que coloca o transporte como um direito social. Até hoje, ele não é entendido como um direito na Constituição".

Outros membros do coletivo saíram da reunião insatisfeitos com o que chamaram de "despreparo" da Presidência para lidar com a questão da mobilidade urbana.

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