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Violências/Rio de Janeiro

Protesto contra aumento das passagens de ônibus termina em violência e 7 feridos no Rio

Um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro terminou em violência na noite desta quinta-feira (06). Policiais e cerca de 800 manifestantes entraram em confronto na estação Central do Brasil, protagonizando cenas de violência. Vinte manifestantes foram detidos e sete pessoas ficaram feridas, entre elas, o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, atingido por um explosivo na cabeça.

Manifestantes protestam dentro da estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (06).
Manifestantes protestam dentro da estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (06). REUTERS/Lucas Landau
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Santiago chegou ao hospital em coma e passou por uma cirurgia. O cinegrafista sofreu um afundamento do crânio e perdeu parte da orelha esquerda. Até a manhã desta sexta-feira (07), ele seguia internado em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo do hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro.

As imagens da televisão brasileira mostram o momento que o cinegrafista foi atingido. Ainda não se sabe qual foi o artefato utilizado e de onde vieram os estilhaços que feriram Santiago. Segundo algumas testemunhas, ele estava no meio do fogo cruzado entre os manifestantes, que lançavam pedras, e a polícia, que revidava com bombas.

O grupo Bandeirantes publicou uma nota ontem à noite lamentando o ocorrido. "Durante as manifestações na Central do Brasil, nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, o cinegrafista Santiago Andrade da Band foi ferido na cabeça por um artefato – não se sabe, por enquanto, se uma bomba de gás lacrimogênio ou de fabricação caseira. O cinegrafista, que perdeu muito sangue, foi levado sem sentidos, num carro da polícia, para o hospital Souza Aguiar, onde passou por uma tomografia e está sendo submetido a uma cirurgia. Seu estado é grave. A Band espera no hospital, junto à família de Santiago, os resultados da cirurgia e poderá voltar com novas informações".

De acordo com os jornalistas da AFP que cobriam o evento, as violências teriam sido mútuas. A polícia utilizou bombas de gás lacrimogênio para dispersar a multidão. Já alguns manifestantes reagiram lançando artefatos e fazendo fogueiras com tapumes e pedaços de madeira.

Redes de televisão e jornais brasileiros relatam que alguns manifestantes mascarados e vestidos de preto invadiram a Central do Brasil e saquearam os caixas automáticos de passagens, liberando o acesso aos trens e gritando “a estação está livre!”.

Movimento Passe Livre

A manifestação, convocada pelo Movimento Passe Livre (MPL), pretendia protestar pacificamente contra o aumento de 9,09% da passagem de ônibus no Rio de Janeiro. O acréscimo entra em vigor neste sábado (08) e os bilhetes que custam 2,75 reais passarão a 3 reais.

As violências acontecem a alguns meses da Copa do Mundo de futebol, que inicia no dia 12 de junho. Os manifestantes alegam que querem transportes “dentro das normas da FIFA”. “Se nós confrontamos os policiais é porque nós sofremos todos os dias. Três reais é um absurdo!”, disse a manifestante Natacha de Pina.

Além do aumento do preço das passagens, que deu início a um grande movimento de protesto em meados de 2013 em todo o Brasil, os manifestantes também reclamam da precaridade dos serviços públicos, da corrupção do governo brasileiro, além dos valores milionários investidos na construção dos estádios para o mundial de futebol.

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