Europeus preparam sanções contra a Rússia para 'day after' do referendo na Crimeia
Os jornais deste sábado (15) constatam que a diplomacia ocidental fracassou na crise aberta pela intervenção da Rússia na Ucrânia. O referendo de amanhã na região autônoma da Crimeia deverá endossar a anexação da península à Rússia. Diante de um cenário que parece traçado, os europeus tentam se organizar para manter uma imagem de unidade e evitar, principalmente, uma nova escalada de Vladimir Putin no leste do continente.
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Os 28 países da União Europeia devem adotar, já na segunda-feira, sanções contra a Rússia, e as medidas prováveis são detalhadas pelos jornais Le Monde e Le Figaro.
Segundo o Le Monde, a primeira leva de sanções deve bloquear bens e contas bancárias na Europa de cerca de 30 personalidades russas e ucranianas pró-russas. A lista será finalizada no domingo, depois do referendo, pelos embaixadores do bloco. Nenhum ministro do governo Putin será punido nesta fase, para deixar espaço à uma solução negociada e amigável. Por outro lado, farão parte da lista parlamentares e autoridades da área de segurança russos, assim como representantes da Crimeia que defenderam a secessão.
Passado o referendo, tudo dependerá da atitude de Putin, explica o Le Monde. Caso haja uma anexação rápida e definitiva da Crimeia e incidentes em outras localidades no leste da Ucrânia, os europeus passarão à segunda leva de sanções, dessa vez econômicas. O bloco poderá bloquear operações financeiras específicas ou bens de empresas russas na Europa. Em paralelo, os europeus vão acelerar a assinatura do acordo de associação com a Ucrânia, que foi o estopim da crise.
O Le Figaro lembra que em discurso no parlamento alemão, quinta-feira, Angela Merkel foi clara. A anexação da Crimeia à força pela Rússia, violando as leis do direito internacional, poderá causar prejuízos econômicos e políticos à Rússia, disse a chanceler. Na resposta gradual que será dada pelos europeus, as primeiras sanções contra Moscou serão anunciadas na segunda-feira; as mais duras, a partir de quinta-feira, quando os líderes do bloco se reunirão em Bruxelas para tratar da crise ucraniana, informa o Le Figaro.
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