Parlamento Europeu funciona por grupos de afinidade política

Quando chegam ao Parlamento Europeu depois de disputar as eleições pelas legendas de seus países, os eurodeputados formam grupos de acordo com suas afinidades políticas. Para ter um status oficial, um grupo parlamentar precisa reunir ao menos 25 deputados originários de sete países, no mínimo.

Votação no Parlamento Europeu no dia 15 de abril de 2014. REUTERS/Vincent Kessler

Um eurodeputado só pode estar ligado a uma bancada. Esse sistema, definido em 1953, procura superar as diferenças políticas e sociais nacionais. Os analistas costumam dizer que a grande diferença entre a política nacional e a europeia é que no Parlamento Europeu, independentemente da ideologia política, à exceção dos "eurocéticos" e da extrema-direita, todos são pró-europeus. Os debates tendem ao compromisso, às alianças, à imagem de vários governos de coalizão na Europa.

Atualmente, existem sete grupos políticos constituídos no Parlamento Europeu. Os conservadores do Partido Popular Europeu (PPE) formam a maior bancada e primeira força política da assembleia, seguidos pelos socialistas. Verdes, liberais, eurocéticos e esquerda radical possuem bancadas menores.

Além dos grupos, existem os chamados não-inscritos (NI). Os 30 deputados não-inscritos não constituem um grupo parlamentar, são um conjunto de delegações heterogêneas majoritariamente de extrema-direita. A Frente Nacional francesa, da líder Marine Le Pen, o Partido Nacional Britânico, de Nick Griffin, e o Jobbik húngaro, com três deputados que tentaram fazer uma parada nazista dentro do plenário, fazem parte da turma dos não-inscritos.

As pesquisas indicam que os partidos de extrema-direita e "eurocéticos" podem eleger cerca de 175 deputados. Os conservadores devem perder 60 cadeiras, mas continuarão à frente dos socialistas. Os verdes e a extrema-esquerda terão suas representações reduzidas, de acordo com as pesquisas.

Conheça os grupos parlamentares que chegam ao fim desta legislatura

O maior grupo político em Estrasburgo é o do Partido Popular Europeu (PPE), de tendência conservadora, com 270 deputados originários de partidos democrata-cristãos da Europa. O PPE defende os princípios de uma "economia social de mercado", uma economia capitalista suavizada pela redistribuição das riquezas.

O Grupo Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (PSE), com 190 deputados, é a segunda maior força política do Parlamento Europeu. Reúne políticos de esquerda da social-democracia europeia, socialistas ou reformistas. O PSE tem um projeto europeu que coloca os interesses dos cidadãos no centro de todas as decisões políticas.

PPE e PSE divergem em sua concepção da Europa, mas ao menos conseguem gerenciar com certo equilíbrio o Parlamento Europeu.

O Grupo Aliança dos Democratas e Liberais para a Europa, de tendência centrista e liberal, conta com 85 deputados e costuma desempatar as disputas entre a direita e a esquerda no Parlamento. Seus representantes pregam uma abordagem liberal da economia e são progressistas em questões sociais e de sociedade.

O Grupo dos Verdes - Aliança Livre Europeia (ALE) congrega 59 deputados verdes e ecologistas que se destacam pela defesa incondicional da União Europeia.

Já o Grupo Conservadores e Reformistas Europeus (CRE), com 53 membros, reúne principalmente políticos britânicos e poloneses "eurocéticos". Eles defendem a soberania nacional dos Estados membros e costumam votar contra as iniciativas da Comissão Europeia.

O Grupo da Esquerda Unitária Europeia - Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL) é formado por 34 deputados da esquerda comunista radical ou defensora de manifestações.

Por fim, o Grupo Europa da Liberdade e Democracia (ELD), também com 34 membros, agrega forças políticas nacionalistas, "eurocéticas" e anti-União Europeia.