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Meio ambiente/ Copa

Custos de transporte explodem emissões de CO2 durante a Copa

A preocupação com o meio ambiente se transformou em uma etapa obrigatória da organização de qualquer grande evento internacional – e os esportivos ainda mais. Segundo a Fifa, a Copa do Mundo no Brasil vai gerar o equivalente a seis meses de emissões geradas pela Islândia, principalmente devido à poluição gerada pelos transportes.

40% dos torcedores que irão à Copa pegarão um voo internacional.
40% dos torcedores que irão à Copa pegarão um voo internacional. REUTERS/Henry Romero
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O cálculo das perspectivas de emissões de gases de efeito estufa é complexo. Somente o envio dos uniformes dos jogadores, fabricados na China e transportados para o Rio de Janeiro de navio antes de serem enviados para as cidades-sede, vai resultar em 436 toneladas de CO2. A Federação Internacional de Futebol contabilizou os trajetos de avião necessários por delegações e torcedores, mas também tentou colocar no papel as toneladas de cabos utilizados para transmitir os jogos ou o número de horas em que os aparelhos de ar-condicionado ou refrigeradores ficarão ligados para o Mundial.

Segundo a entidade, a estimativa total é de 2.723.756 toneladas de CO2 a mais na atmosfera, ao final de um mês de competição. Os transportes respondem por 83,7% deste valor – 40% dos torcedores precisarão realizar um voo internacional para participar do evento. O total é o equivalente a pouco mais de seis meses de emissões de um país como a Islândia.

O cálculo da Fifa, porém, sofre críticas de ambientalistas, ao ignorar a poluição atmosférica gerada pelas obras de preparação para a Copa. “Todas as Copas do Mundo são diferentes. Não se pode compará-las”, observa Federico Addiechi, diretor do departamento de responsabilidade social da Fifa. Ele explicou que o valor final depende das distâncias percorridas pelos torcedores, da presença de infraestruturas no país e da origem da energia utilizada – no caso do Brasil, a maior parte vem de hidrelétricas.

Esforço conjunto

Tanto a Fifa quanto o governo brasileiro juram terem feito o máximo para promover a Copa “mais verde possível”. Os 12 estádios onde ocorrerão as partidas vão receber certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um modelo de construção e gestão sustentável.

A entidade também aposta nas campanhas de conscientização dos torcedores e promete incentivar a reciclagem de garrafas de plástico. Além disso, a compensação de emissões, através de doações de crédito de carbono por empresas e companhias aéreas, deve diminuir 59.000 toneladas de gases.

Frédéric Chomé, diretor da Factor X, consultoria de estratégia em clima que analisou as emissões dos Jogos Olímpicos de Londres, destaca que os organizadores costumam se esquecer de algumas fontes importantes de emissões, como os produtos derivados, a exemplo do material vendido para as torcidas. “Durante essas competições internacionais, a venda de televisões aumenta 1% no mundo, ou cerca de 20 milhões de aparelhos. Só aí, já tem 100 milhões de toneladas a mais de CO2”, explica. “Sem falar no 1 bilhão de televisões ligadas três horas por dia durante três semanas. Isso dá mais 2 milhões de toneladas de emissões.”

 

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