Imprensa se decepciona com atuação da França contra Equador
O empate da França com o Equador, em 0 a 0, que garantiu aos franceses o primeiro lugar no grupo E e a vaga nas oitavas de final da Copa do Mundo, é um dos principais destaques dos jornais franceses desta quinta-feira (26). Em tom crítico, os diários dizem que a seleção francesa fez um “serviço mínimo”. Uma decisão da justiça francesa, que relança o debate sobre a eutanásia no país, também é analisada por vários jornais hoje.
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A imprensa não esconde a decepção com o jogo apresentado ontem (25) pela seleção francesa, mas todos os jornais ressaltam que o essencial, a classificação e a liderança no grupo E, foi garantido. As críticas começam pelo Libération. O jornal progressista estampa em sua capa o resultado do jogo, fazendo um trocadilho e dizendo que a partida contra o Equador foi "realmente nula". O diário diz que os Bleus, como são chamados os jogadores franceses, decepcionaram e se classificaram sem fazer força.
Equador freou a França
A seleção francesa foi freada por uma equipe do Equador que, no entanto, teve um jogador expulso e jogou boa parte da partida apenas com 10 em campo, escreve L'Équipe. O jornal esportivo explica que o técnico Didier Deschamps testou ontem uma equipe B, com vários reservas.
O técnico não teve sucesso e não conseguiu terminar a primeira fase da Copa do Mundo com três vitórias, como esperava. Mas o essencial, o primeiro lugar no grupo e a classificação, foi garantido. Agora, diz L’Équipe, “outra competição começa para os Bleus", que vão enfrentar a Nigéria nas oitavas de final.
Oitavas de final contra a Nigéria
O mesmo alerta é feito pelo Aujourd'hui en France, que escreve: "As coisas sérias vão começar", numa referência ao início do mata-mata. Contra a Nigéria, na próxima segunda-feira, a seleção francesa terá que fazer mais e melhor.
Nas oitavas de final, Deschamps deverá voltar a selecionar os 11 jogadores que venceram as duas primeiras partidas do Mundial e voltar a ter a velocidade e a vitalidade de jogo perdidas no jogo de ontem, aconselha o tabloide.
Também crítico, Le Figaro lembra que contra o Nigéria, o empate é proibido.
Eutanásia
A justiça francesa absolveu ontem um médico que era acusado de ter ajudado doentes em fase terminal a morrer, uma decisão que relança o debate sobre a eutanásia no país. O conservador Le Figaro explica que o médico Nicolas Bonnemaison era acusado de ter "envenenado" sete pacientes, na cidade de Pau, no sudoeste da França, e podia ser condenado à prisão perpétua.
O Tribunal da cidade o absolveu alegando que ele agiu como médico ao tentar aliviar a dor de seus pacientes. O doutor Bonnemaison foi aplaudido ontem ao sair do tribunal. Ele sempre afirmou que não é um militante pela legalização da eutanásia na França, mas seu processo relança o polêmico debate sobre o tema no país.
Uma pesquisa publicada hoje pelo jornal Aujourd'hui en France mostra que nove em cada 10 franceses querem uma lei em favor da eutanásia. Os jornais lembram que a decisão da justiça de inocentar Bonnemaison aconteceu no mesmo momento em que outro caso comove a sociedade francesa, o de Vincent Lambert.
A família desse tetraplégico, que está em estado vegetativo, briga na justiça pelo direito ou não de desligar os aparelhos que mantêm Lambert vivo. Na terça-feira (24), seis horas após o Conselho de Estado da França ter autorizado a eutanásia passiva, a Corte Europeia de Direitos Humanos interveio e suspendeu a decisão, enquanto estuda o caso.
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