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Depois da Copa, a cúpula dos Brics ganha destaque na imprensa francesa

O Brasil continua em destaque nos jornais franceses desta terça-feira (15) em reportagens sobre a reunião de cúpula dos Brics, em Fortaleza e Brasília, e em balanços da Copa do Mundo.

Capa dos jornais franceses Les Echos, Libération, Le Figaro, La Croix, Aujourd'hui en France e Le Monde desta terça-feira, 15 de julho.
Capa dos jornais franceses Les Echos, Libération, Le Figaro, La Croix, Aujourd'hui en France e Le Monde desta terça-feira, 15 de julho.
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O jornal especializado em economia Les Echos informa que os líderes do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul tentam dar um novo contorno à arquitetura financeira internacional, mais adaptado ao peso das potências emergentes na economia mundial. No Brasil, os líderes dos Brics devem aprovar a criação de um banco de desenvolvimento do grupo. Les Echos descreve a nova instituição como um "reflexo" do Banco Mundial. Eles também aprovarão a criação do fundo de reservas do grupo, uma espécie de FMI dos emergentes.

Segundo o diplomata brasileiro José Alfredo Graça Lima, ouvido pelo Les Echos, os novos instrumentos financeiros são uma resposta dos emergentes aos países avançados, que não aprovaram as reformas necessárias para ceder espaço aos emergentes nos organismos de financiamento multilateral.

Les Echos informa que a sede do Banco de Desenvolvimento dos Brics ficará em Xangai. O banco será dotado de um capital inicial de US$ 50 bilhões, cedidos em partes iguais de US$ 10 bilhões por cada país. Esse banco vai financiar grandes projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável. Já o fundo de reservas dos Brics terá US$ 100 bilhões, constituído principalmente com recursos da China (US$ 41 bilhões), três partes iguais de Brasil, Rússia e Índia (US$ 18 bilhões) e uma parte menor da África do Sul (US$ 5 bilhões).

Copa no Brasil: "triunfo das emoções"

O Les Echos traz um artigo assinado pelo professor Dominique Moisi, do King's College de Londres, no qual ele afirma que o aspecto mais marcante do Mundial no Brasil foi "o triunfo das emoções". Vários tipos de emoção: surpresa, medo, tédio, humilhação. Esses sentimentos foram exaltados pela cultura brasileira, diz o professor, particularmente propícia a essas manifestações.

Em sua análise, Dominique Moisi, declara que a Copa dominou as emoções coletivas durante um mês, em todo o planeta, a ponto de a derrota do Brasil por 7 a 1 diante da Alemanha ter se tornado a notícia de maior destaque internacional, mais do que a nova escalada de violência entre israelenses e palestinos.

Crise no futebol brasileiro

Libération analisa a crise no futebol brasileiro, após o vexame na fase final da Copa. O jornal de esquerda diz que a CBF quer fazer tábua rasa do passado. E o primeiro desafio é encontrar um substituto para o técnico Luiz Felipe Scolari, que se tornou "obsoleto", conforme escreve o Libération, dez anos depois de dar o pentacampeonato ao Brasil.

Além da seleção, outro problema no futebol brasileiro é a própria CBF, que está na mira de parlamentares e do governo. A confederação é acusada de clientelismo e desvio de dinheiro, explica o jornal. Com o final da Copa, o Congresso poderá criar uma comissão parlamentar de inquérito para examinar as suspeitas na CBF.

Libération cita outros problemas no futebol brasileiro: a violência das torcidas, a queda de público nos estádios, a fuga de jovens talentos para o exterior, que desfalca os clubes locais, enfim, uma longa lista.
 

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