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Atos antissemitas chocam a França

A onda de choque provocada pelos protestos antissemitas na França está estampada na primeira página dos principais jornais franceses desta terça-feira (22). Os diários também destacam os 70 anos dos acordos de Bretton Woods, que impuseram a supremacia do dólar no mercado internacional.

Capa dos jornais franceses, Libération, Les Echos, L'Humanité, Le Figaro e Aujourd'hui en France desta terça-feira, 22 de julho de 2014.
Capa dos jornais franceses, Libération, Les Echos, L'Humanité, Le Figaro e Aujourd'hui en France desta terça-feira, 22 de julho de 2014.
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Le Figaro diz que a França está em estado de choque após os atos antissemitas do último final de semana, em Paris e em Sarcelles, na periferia da capital. Segundo o jornal conservador, a classe política do país está perplexa. As manifestações, convocadas inicialmente em apoio ao povo palestino, se transformaram em protestos violentos contra a comunidade judaica.

Políticos de esquerda e de direita foram unânimes em condenar as depredações que visaram comércios e locais de culto judeus em Paris e em Sarcelles. Eles pediram uma mobilização geral para evitar que as cenas de violência se repitam. O premiê francês, Manuel Valls, denunciou "atos atissemitas e racistas". O governo, que proibiu essas manifestações justamente por motivos de segurança, é apontado como responsável pela violência. Le Figaro lembra que passeatas em apoio ao povo palestino foram autorizadas em outras cidades do país e aconteceram pacificamente.

O presidente François Hollande recebeu na segunda-feira (21) representantes de todas as religiões da França no Palácio do Eliseu para acalmar a situação e lembrar que a luta contra o antissemitismo é uma prioridade nacional.

Apelo ao diálogo

Aujourd'hui en France promoveu o encontro entre o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França, Roger Cukierman, e o imã de Drancy, Hassen Chalghoumi. Eles fazem um apelo pelo diálogo interreligioso, a fim de evitar o contágio do conflito israelo-palestino na França. O líder muçulmano pediu que a maioria dos integrantes de sua comunidade abandone o silêncio e denuncie os atos de uma minoria que arranha a imagem dos muçulmanos na França. O diário também analisa a polêmica sobre a interdição das manifestações e informa que o governo voltou atrás e decidiu autorizar uma passeata em apoio ao povo palestino, amanhã, em Paris.

Vítimas civis palestinas

“O calvário de Gaza” é a manchete de Libération. O jornal progressista escreve que os bombardeios no 14º dia da ofensiva israelense contra o território deixaram dezenas de vítimas, principalmente no populoso bairro de Chajaya, que foi destruído. Ao menos 62 civis foram mortos nesse bairro do leste de Gaza na segunda-feira, elevando para 78 o número de vítimas no local.

Libération cita o testemunho de um coordenador da ONG francesa Médicos Sem Fronteiras que descreve um cotidiano ritmado pela morte, pelo medo e pela miséria. A diplomacia e os mediadores tradicionais estão impotentes diante desse conflito, lamenta o jornal.

70 anos da globalização

Há 70 anos os acordos de Bretton Woods, que criaram o FMI, o Banco Mundial e impuseram o dólar como moeda de referência no comércio mundial, eram assinados. Les Echos explica que a supremacia do dólar resiste, apesar da ofensiva do euro, a moeda única europeia.

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