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Imprensa

A conquista da medalha Fields por franco-brasileiro mostra globalização no mundo da ciência

A conquista da medalha Fields pelo franco-brasileiro Arthur Ávila continua a atrair a atenção dos jornais dessa manhã. Uma grande foto do pesquisador de 35 anos ilustra a capa do jornal Le Figaro nesta quinta-feira (14).

Capa dos jornais franceses Le Figaro, La Croix e Les Echos desta quinta-feira, 14 de agosto de 2014.
Capa dos jornais franceses Le Figaro, La Croix e Les Echos desta quinta-feira, 14 de agosto de 2014.
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O diário conservador traz um perfil e uma entrevista com o jovem matemático de 35 anos. Em entrevista, Arthur Ávila declarou que ficou "surpreso e aliviado" com a medalha. Ele disse que soube da conquista antes do anúncio oficial, mas teve que manter segredo. Ávila disse esperar que o prêmio sirva para despertar mais talentos no mundo da matemática no Brasil. Ele, que fez da graduação até o doutorado em faculdades brasileiras, afirma que o país tem um grande potencial, mas ainda não está no mesmo nível da França.

Boa forma

Bem-humorado, o pesquisador disse que já gastou quase todo o dinheiro do prêmio - 10 mil euros - para comprar ternos "mais chiques" e participar de eventos internacionais. Artur também falou sobre sua aparência, que foge do estereótipo do estudante de matemática, com óculos e pálido. Ele disse que há, quatro anos, começou a fazer exercícios físicos para se livrar do estresse das pesquisas acadêmicas.

O jornal Aujourd'hui en France também traz um perfil do franco-brasileiro com uma enorme foto. "Sim, a França é boa em matemática". Com esse título, o jornal traz uma reportagem sobre a conquista de Arthur Ávila. Nascido no Brasil, o matemático obteve a nacionalidade francesa no ano passado. Em 2001, ele começou um pós-doutorado em Paris.

O jornal lembra que essa é a décima segunda vez que um pesquisador francês recebe a medalha Fields. E, dessa vez, o prêmio é atribuído justamente em um momento em que a média das notas de matemática dos alunos francesas está em baixa segundo o Pisa, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes.

Ou seja, o país tem alunos brilhantes, mas muitos encontram dificuldades na disciplina. O mesmo parece se passar com o Brasil. De acordo com o Pisa, o Brasil, aparece nos 8 últimos lugares numa lista de 65 países. Mas o desempenho espetacular de Artur Ávila, que estudou a maior parte da sua vida no Brasil, mostra que "nem sempre se deve confiar nas estatísticas", conclui Aujourd'hui en France.

Carreira meteórica

Até o jornal Les Echos encontra um espaço para falar do jovem matemático.Com uma charge de Arthur Ávila, o jornal diz que desde que o brasileiro conquistou as Olimpíadas internacionais de matemática, aos 16 anos, sua carreira foi "meteórica". Uma tese aos 19 anos, diretor de pesquisa na França aos 29 anos, e muito prestígio em uma área praticamente inacessível para leigos.

Para o diário econômico, a França tem que comemorar a naturalização de Artur Ávila no ano passado. Graças a ela, o país conquistou mais uma vez a medalha Fields e, ao lado dos Estados Unidos, aparece como uma das nações mais premiadas no mundo da matemática.

O jornal La Croix escreve que os premiados deste ano têm ou dupla nacionalidade ou trabalham em universidades distantes do seu país de origem, o que mostra que a ciência é um território globalizado.

 

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