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Tumultos em Ferguson trazem lições para todas as democracias, diz Libération

"A cólera negra" é a manchete do Libération nesta terça-feira (19). O diário progressista analisa os tumultos que sacodem a cidade de Ferguson, no Missouri, nos Estados Unidos, após o assassinato de um jovem negro por um policial branco.

Capa dos jornais franceses Aujourd'hui en France, Libération, Les Echos, Le Figaro, La Croix desta terça-feira, 19 de agosto de 2014.
Capa dos jornais franceses Aujourd'hui en France, Libération, Les Echos, Le Figaro, La Croix desta terça-feira, 19 de agosto de 2014.
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Libération afirma que esses tumultos "jogam uma luz crua sobre a face obscura dos Estados Unidos". Dez dias depois que Michael Brown, de 18 anos, foi morto pela polícia em circunstâncias ainda não esclarecidas, a tensão continua muito forte em Ferguson.

Em seu editorial, o jornal nota que "mais de cinquenta anos após os primeiros sucessos do movimento pelos direitos civis de Martin Luther King, seis anos após a eleição de um negro à presidência, apesar de décadas de luta contra o racismo, a exclusão urbana e a discriminação, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos devastadores".

Libération alerta que, apesar das características específicas da sociedade americana, esses eventos trágicos trazem uma lição mais geral sobre "a dificuldade que as democracias de hoje encontram para fazer com que minorias diversas e socialmente desiguais coabitem". E faz um paralelo com a sociedade francesa. "Não há negros em número suficiente na polícia americana. Há muçulmanos em número suficiente na polícia francesa?", alfineta o diário.

Combate aos jihadistas

Outro assunto que continua nas primeiras páginas dos jornais é a guerra contra os extremistas sunitas do Estado Islâmico no Iraque. O conservador Le Figaro dedica sua manchete à declaração do papa Francisco justificando uma intervenção ocidental no Iraque para conter o avanço dos jihadistas.

Em seu editorial, o jornal afirma que os esforços para salvar os cristãos do Oriente Médio, perseguidos pelo Estado Islâmico, são uma "guerra justa". Em jogo no Iraque, segundo Le Figaro, estão ao mesmo tempo "nossa segurança e nossos valores".

Assalto espetacular

Aujourd'hui en France traz em sua primeira página a história do espetacular assalto ao cortejo de um príncipe saudita, que aconteceu domingo à noite em Paris.

O tablóide popular conta que o príncipe saudita era escoltado por treze veículos. Os ladrões levaram 250 mil euros em espécie e documentos confidenciais. O grupo de atacantes tinha entre cinco e oito homens armados. Nenhum tiro foi disparado e ninguém ficou ferido.

Especialistas da luta contra o banditismo ouvidos pelo jornal avaliam que o montante roubado era muito baixo para uma operação dessa envergadura, mas afirmam que os autores do assalto provavelmente não estavam atrás dos documentos, já que, em geral, nos casos de espionagem, os métodos utilizados são mais discretos.

Além disso, o local onde aconteceu o crime, a autoestrada entre Paris e o aeroporto de Le Bourget, já foi palco de vários roubos desse tipo, inclusive visando personalidades conhecidas. Os investigadores acreditam que os atacantes contaram com a ajuda de cúmplices para organizar o assalto.

Em seu editorial, Aujourd'hui en France se preocupa com os danos à imagem de Paris que esse e outros assaltos de visitantes possam provocar.

Google

O jornal especializado em economia Les Echos lembra em sua manchete que nesta terça-feira faz dez anos que o Google passou a ser cotado em bolsa. "Com uma capitalização bolsista multiplicada por 17, a terceira do mundo atualmente, Google criou novos hábitos de consumo e suas ambições parecem ser ilimitadas", diz o jornal.

Em seu editorial, Les Echos tenta explicar por que Google não é francês, nem europeu. Segundo o diário especializado em economia, isso se deve a três fatores: o mundo acadêmico americano é aberto às empresas, os empreendedores americanos têm mais facilidades para encontrar financiamento para suas ideias e o ambiente em que o Google nasceu, o chamado Silicon Valley, era propício à eclosão e ao crescimento das empresas de alta tecnologia.
 

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