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Suíça/Referendo

Em referendo, suíços rejeitam textos sobre imigração, ouro e imposto de estrangeiros

A Suíça não vai limitar imigrantes, aumentar sua reserva de ouro nem cobrar mais imposto de estrangeiros com grandes fortunas que vivem no seu território. No referendo deste domingo (30), a maioria dos eleitores disse não às três questões, rejeitando todas as propostas. Os votos foram feitos em urnas eletrônicas e pela Internet.

Funcionários da prefeitura da cidade de Berna contam os votos eletrônicos com um scanner em 30 de novembro de 2014.
Funcionários da prefeitura da cidade de Berna contam os votos eletrônicos com um scanner em 30 de novembro de 2014. Reuters/Ruben Sprich
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Das três propostas apresentadas no referendo, a que teve maior rejeição foi a do Partido Popular Suíço, de extrema-direita, que previa que o Banco Central do país deveria reter no mínimo 20% de seus ativos em ouro, contra 8% atualmente; além disso, a Suíça seria obrigada a nunca vender essas reservas, que hoje correspondem à sétima reserva mundial.

Caso a moção tivesse sido adotada, o Banco Central seria obrigado a comprar, em cinco anos, cerca de 70 bilhões de francos suíços em ouro (cerca de €58 bilhões), equivalentes a 2/3 da produção anual do metal. O Banco fez um apelo aos eleitores para rejeitarem a proposta, o que acabou acontecendo. Estima-se que 78% votaram contra.

Imigração

Outra rejeição forte referia-se à chamada "Ecopop", que sugeria uma cota de imigração que causaria a redução de 75% dos estrangeiros que vivem legalmente na Suíça. Cerca de 74% dos eleitores rejeitaram a ideia.

Não é a primeira vez que os suíços vão às urnas para decidir questões sobre imigração. Em 9 de fevereiro deste ano houve um referendo em que o "sim" venceu, determinando o fim da "imigração em massa" e a reintrodução do sistema de cotas. Na ocasião, o o presidente da Suíça, Didier Burkhalter, chorou na coletiva de imprensa ao comentar o resultado.

Imposto e estrangeiros endinheirados

Finalmente, a terceira iniciativa envolvia o estatuto fiscal para os milionários que vivem no país, em nome da "igualdade fiscal para todos". Como já era esperado, o "não" venceu com 60% de vozes.

Atualmente, os estrangeiros "residentes não domiciliados", ou seja, que moram mas não trabalham na Suíça , não pagam imposto sobre sua renda, mas somente sobre os valores que trazem ao país. Em outras palavras, toda a sua renda no estrangeiro é isenta de imposto. Não é segredo para ninguém que a iniciativa estimula as grandes fortunas do mundo todo a se instalar no belo país dos Alpes cobertos pela neve e dos chocolates deliciosos.

Defensores do "não", os opositores ao texto argumentam que, em caso da vitória do "sim", a Suíça enfrentaria um "buraco" orçamentário com a partida certa dos estrangeiros endinheirados que, perdendo suas vantagens, não veriam mais motivo para ficar.

A Suíça tem oito milhões de habitantes e é dividida em 26 cantões, que têm uma estrutura federal e uma grande autonomia.

 

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