Estresse no trabalho pode ser considerado doença profissional na França
Na capa de jornais franceses desta terça-feira (26) está estampado o projeto para reconhecer o estresse ocupacional ou síndrome de burnout no trabalho como doença profissional na França. O texto, apresentado por um deputado socialista e apoiado por sindicatos, é uma emenda ao projeto de lei sobre o Diálogo Social, que começa a ser debatido hoje pelo Parlamento francês.
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Libération revela que o ex-ministro Benoît Hamon, da ala radical do Partido Socialista no poder, propôs a emenda e vai defender hoje na Assembleia o reconhecimento do estresse no trabalho como doença profissional. A medida obrigaria as empresas a indenizar os trabalhadores atingidos pela síndrome do burnout, que o jornal chama de mal do século. Segundo um estudo citado por Libé, 3,2 milhões de franceses sofrem de uma situação de trabalho excessivo e compulsivo que pode provocar, entre outras consequências, crises de depressão e pânico. Esse número representa 12% da população ativa do país.
Atualmente, como a síndrome não tem nenhuma definição oficial e não aparece no quadro de doenças profissionais, os trabalhadores têm que conseguir provar a relação “essencial e direta” entra a doença que sofrem e o trabalho. Poucos conseguem, afirma Libé.
Governo reticente
Les Echos diz que o tema é “explosivo”. Além dos problemas individuais provocados pelo estresse ocupacional, o diário econômico cita uma pesquisa que calcula em pelo menos de € 2 a 3 bilhões ( cerca de R$ 10 bilhões) o custo do burnout no trabalho para os cofres públicos.
No entanto, ninguém é capaz de medir a extensão das consequências dessa medida e o governo não deve aprovar o reconhecimento dos vários problemas psicológicos provocados pelo estresse como doença profissional, acredita Les Echos.
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