Guiné-Bissau sem fumo branco
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, e o primeiro-ministro, Carlos Correia, estiveram reunidos esta manhã com vista à formação de um novo governo, no entanto as divergências entre os dois homens mantém-se e o país continua sem executivo.
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Quando tudo apontava para que, esta segunda-feira, finalmente a Guiné-Bissau fosse conhecer o novo executivo, tudo volta à estaca zero. Foi pelo menos esta a explicação do chefe do executivo à saída da audiência com o chefe de Estado.
" O senhor Presidente insiste em tirar nomes da minha lista e nós não vamos aceitar isso, porque já fizemos todas as concessões necessárias para que pudéssemos ter um governo".
O primeiro-ministro Carlos Correia diz que a Constituição da República não dá poderes ao Presidente para alterar nomes de figuras para o Governo e que o ultimo acórdão do Supremo Tribunal de Justiça clarificou essas competências de forma clara.
Opções do Presidente
Carlos Correia afirma ainda que havia um entendimento entre o Presidente e o primeiro-ministro sobre os nomes propostos para o Governo na sequência da intervenção do antigo presidente da Nigéria, o general Obasanjo, mediador da CEDEAO para a crise guineense.
Analistas políticos garantem que das duas uma: ou o Presidente avança para criação de um governo da sua iniciativa ou então dissolve o Parlamento.
Clima de tensão em Bissau
Esta segunda-feira, uma pessoa foi detida por suspeita de ameaçar de morte o secretário-geral do Partido da Renovação Social, Florentino Mendes Pereira. Na semana passada, a Aliança Nacional para Paz e Democracia, que congrega organizações da sociedade civil, anunciou que o ex-primeiro-ministro Domingos Simões Pereira estava a ser alvo de movimentações com vista à sua detenção. Acusações desmentidas, em comunicado, pela presidência da República.
Correspondência da Guiné-Bissau
Comunidade internacional acredita numa solução para breve
O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Miguel Trovada, este reunido hoje com o chefe de Estado, José Mário Vaz, e à saída do encontro disse aos jornalistas que "faz hoje dois meses que o país está sem governo e isto traz prejuízos muito grandes para o país". Miguel Trovoada disse ainda que " muito em breve haverá uma comunicação dos órgãos competentes à comunicação social sobre as decisões que vão ser tomadas pelo Presidente da República".
Miguel Trovoada, representante da ONU na Guiné-Bissau
Com a colaboração do nosso correspondente em Biissau, Mussá Baldé.
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