Presidente guineense inicia auscultações com vista a por fim à crise
O Presidente guineense José Mário Vaz iniciou hoje auscultações com vista a encontrar pistas para uma saída de crise na Guiné-Bissau, o dia de hoje sendo reservado a conversações com a sociedade civil, designadamente a Liga Guineense dos Direitos Humanos, Jomav devendo avistar-se esta terça-feira com os partidos políticos com assento parlamentar.
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Em causa está o recente agudizar da crise no seio da força política maioritária, o PAIGC, depois da recente expulsão do partido e retirada dos seus respectivos mandatos parlamentares de 15 dos seus deputados que optaram por associar-se à oposição para derrubar o governo de Carlos Correia. Os 15 deputados em questão não acataram a decisão da direcção do seu partido, gerando-se uma situação política confusa.
Ainda antes da sua auscultação amanhã, ao dizerem-se abertos ao diálogo, 5 partidos guineenses que se assumem como defensores da democracia e das leis da República, não deixaram de tecer críticas hoje sobre o panorama político vivenciado actualmente no país.
Numa conferência de imprensa na qual apresentaram uma carta aberta aos cidadãos guineenses e à comunidade internacional lida pelo líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, foi denunciado o que dizem ser uma tentativa de golpe de Estado em curso no país, golpe que seria perpetrado pelos 15 elementos do PAIGC, todos deputados, expulsos do partido e alegadamente substituídos no Parlamento.
Os cinco, que criaram um espaço de concertação política aberto a outras forças partidárias que comungam os ideais da democracia, acusam ainda "outras forcas políticas" de se terem aliado ao pretenso golpe institucional. Afirmam ainda que o pretenso golpe tem como fito parar os processos de inquérito às contas públicas mandadas fazer pelo Governo e pelo Parlamento.
Declarações de Domingos Simões Pereira recolhidas por Mussa Baldé
De salientar que no sábado passado, durante as cerimónias assinalando os 53 anos do início da luta armada na Guiné-Bissau, o primeiro-ministro Carlos Correia denunciou manobras para interromper o desenvolvimento do país, tendo avisado que vão falhar porque, na sua óptica, "o povo não vai deixar que isso aconteça". Carlos Correia não citou nomes mas mencionou que a mesma manobra foi tentada em Agosto, numa referência ao mês em que Domingos Simões Pereira foi demitido do cargo de chefe do governo.
Refira-se que é também neste contexto conturbado que hoje o secretário executivo da CPLP Murade Murargy anunciou que vai visitar Bissau entre os dias 10 e 12 de Fevereiro no intuito de tentar ajudar as autoridades guineenses a ultrapassar esta crise político-institucional.
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