Guiné-Bissau: Caju divide Presidência e Governo
O principal produto de exportação da Guiné-Bissau, o caju é fonte de uma polémica envolvendo o Presidente guineense ao Governo do país. O ministro do Comércio quer proibir a participação de estrangeiros na compra do caju ao produtor, o Presidente considera a medida um absurdo e dá ordens no sentido contrário.
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José Mário Vaz entende também que o caju da Guiné-Bissau não pode ser comprado por 500 francos CFA/kg, quando no Senegal o produto é comprado até 1500 francos CFA. Para o Presidente guineense, o agricultor e o próprio Estado estão a perder muito dinheiro.
Desde o início da campanha de comercialização da castanha de caju, em finais de Março, que já se ouviam vozes contrárias à pretensão do Governo em limitar a participação de comerciantes estrangeiros na compra directa do caju ao produtor.
Afirmam ser uma medida prejudicial à concorrência e à própria economia guineense. O ministro da Economia e Finanças, Aladje Fadia, já tinha tomado posição contra a medida proposta pelo seu colega, ministro do Comércio, Victor Mandinga.
Agora é o próprio chefe de Estado guineense, José Mário Vaz que se posiciona contra a pretensão do Governo. Diz José Mário Vaz que ninguém pode proibir que compradores tradicionais estrangeiros de participem na campanha já em curso.
O Presidente está a admitir que sem a participação de comerciantes estrangeiros e com o preço base que está em vigor, 500 francos CFA/kg, a campanha corre o risco de ser um fiasco.
Do mesmo modo, José Mário Vaz autoriza a entrada de compradores estrangeiros na campanha e insta os agricultores guineenses a não venderem a sua castanha por 500 francos CFA até ser determinado um novo preço nos próximos dias.
Mussá Baldé, correspondente em Bissau
O ministro do Comércio da Guiné-Bissau reagiu às declarações do Presidente sobre a polémica acerca da comercializaçao da castanha do caju, principal produto de exportação do país.
Victor Mandinga não respondeu à totalidade do pronunciamento de José Mário Vaz, por exemplo não falou da autorização dada pelo Presidente aos comerciantes estrangeiros para participarem na campanha do caju, mas o ministro comentou a pretensão do chefe do Estado em ver a castanha comprada nos mesmos preços que no Senegal.
Segundo o ministro tal pretensão não é possivel.
Victor Mandinga, ministro do comércio guineense
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