Guiné-Bissau: PGR rejeita perseguição política no caso Manecas dos Santos
A Procuradoria-Geral publicou um comunicado no qual rejeita qualquer tipo de "perseguição política" na detenção do ex-combatente Manecas dos Santos e afirma que obedeceu a "todas as tramitações previstas pela lei".
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Após o Bastonário da Ordem dos Advogados, Basílio Sanca, ter pedido a demissão do procurador-geral devido à prisão de Manecas dos Santos, a procuradoria afirmou que a detenção "obedeceu a todas as tramitações previstas pela lei".
A procuradoria rejeita assim qualquer acusação tipo de perseguição política. A entidade explica também que a detenção de Manecas dos Santos decorre do facto de o ex-guerrilheiro de ter encorrido no crime de "simulação e de insinuação de existência de um crime que, na realidade, não existe".
O Ministério Público indica também que, se no primeiro interrogatório, o ex-militar não conseguiu apresentar elementos suficientes que comprovem o que dissera ao jornal português sobre a iminência de um golpe de Estado na Guiné-Bissau, daí o processo ter sido arquivado. O desenvolvimento do caso levou a que Manecas dos Santos fosse detido.
Isto deve-se, segundo a nota, ao facto de que, à saída da primeira audiência, Manecas dos Santos disse diante dos jornalistas que reiterava tudo o que tinha dito ao jornal português Diário de Notícias sobre a iminência de um golpe de Estado. Quando assim é, qualquer cidadão tem que ser convocado diante da justiça já na qualidade de suspeito e de indiciado de crime de simulação de um crime.
A Procuradoria nega também que Manecas dos Santos tivesse sido detido numa clínica, esclarecendo que só procedeu à prisão após este ter recebido alta médica.
Confira aqui a crónica de Mussá Baldé, correspondente da RFI na Guiné-Bissau, sobre o assunto.
Mussá Baldé, correspondente da RFI na Guiné-Bissau
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