Guiné-Bissau: Função Pública exige salário mínimo de 50.000 fcfa
Assinala-se hoje o terceiro e útimo dia de greve dos funcionários públicos na Guiné-Bissau, cuja adesão foi superior a 85% segundo a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné que a convocou, mas o braço de ferro com o governo continua.
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O governo começou por propôr um prazo de 90 dias para analisar o contencioso sobre o reajuste salarial e outras reivindicações dos funcionários públicos, prazo que foi reduzido para 45 dias, mas a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné - UNTG - a principal central sindical da Guiné-Bissau, apresentou uma contraproposta exigindo a aplicação imediata dentro de 15 dias das resoluções saídas do Conselho de Ministros em Outubro de 2017.
José Alves Té, porta-voz da comissão negocial da UNTG
José Alves Té porta-voz da comissão negocial da UNTG admite que ao cabo de cinco rondas negociais houve consensos nalguns pontos, mas não se registaram avanços quanto ao reajuste salarial, previsto no memorando assinado com o governo a 14 de Dezembro de 2016 e reiterado em Outubro 2017, o que levou aliás à suspensão da greve em curso em Agosto desse ano.
O primeiro-ministro Aristides Gomes admitiu serem justas as reivindicações dos funcionários, mas considerou que o momento é inoportuno, pois não pode resolver todos os problemas ao mesmo tempo, sendo a sua prioridade o cumprimento do estipulado no Acordo de Conacri e a realização de eleições legislativas a 18 de Novembro.
José Alves Té contrapõe afirmando "nós pedimos o reajuste da mesma massa salarial, até porque de hoje a Novembro a massa salarial vai ser sempre a mesma...há funcionários privilegiados...que não querem abdicar dos subsídios...há quem esteja na reforma a receber três ou quatro vezes mais do que quem está no activo...quando segundo a lei a pensão de reforma é de 80% do salário".
Estra greve para além do reajuste salarial pedia entre outros a resolução imediata da situação dos trabalhadores dos correios que têm 130 meses de salários em atraso, a instituição imediata de fundos de pensão e abonos de família para os servidores públicos.
A Guiné-Bissau conta com cerca de 30 mil funcionários públicos, cujo salário mínimo líquido é de 29.500 FCFA, o que equivale a cerca de 45 euros e no reajuste salarial este sobe para 55.000 FCFA ou seja cerca de 84 euros.
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