Guiné Bissau : Estudantes manifestam contra greve dos professores

Pelo segundo dia consecutivo, os jovens que reclamam o fim da greve dos professores efectuaram hoje acções de protesto, com bloqueios a vias de acesso, durante as quais se registaram alguns actos de vandalismo, dos quais os estudantes quiseram demarcar-se.

Estudantes não conseguiram aproximar-se do Palácio da Presidência da Guiné-Bissau, devido ao forte dispositivo de segurança existente. Liliana Henriques / RFI

Os jovens passaram das palavras aos actos. Hoje fecharam literalmente as vias de acesso a Bissau, queimaram pneus nas estradas e diante das residências ou edifícios públicos, onde trabalham os titulares de cargos públicos.

Segundo disseram, a ideia era colocar muito fumo diante das casas dos dirigentes, ou nos seus locais de trabalho.

Por exemplo, foram queimados vários pneus diante da residência do presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, mesmo sob o olhar dos soldados das forças da Ecomib, e ainda queimaram algumas viaturas do Governo.

A acção dos jovens alunos fez com que o Presidente guineense, José Mário Vaz, adiasse a sua deslocação a uma localidade do interior.

Os alunos só não chegaram ao perímetro do Palácio da Presidência devido ao forte dispositivo de segurança que se encontrava no local.

Mesmo assim, os alunos disseram que nenhum dirigente vai sair ou entrar em Bissau.

O Ministro da Presidência, Agnelo Regala, que estes dias está a coordenar o Executivo - já que o Primeiro-ministro, Aristides Gomes, se encontra ausente do país - reuniu-se com os sindicatos dos professores.

Agnelo Regala pediu aos professores que dessem um benefício de dúvida ao Governo, até ao fim do dia de hoje, pois iriam resolver o problema dos pagamentos. Os professores ouviram, mas não concordaram, e prometem avançar com a greve a partir de Segunda-feira.

O Ministro reuniu também com os representantes dos alunos, enquanto no exterior outros jovens continuavam a barricar as estradas.

Crónica de Mussa Baldé, em Bissau para a RFI