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Artes

Patche di Rima: “Eu faço política nas minhas músicas”

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O músico guineense Patche di Rima lançou a 02 de Fevereiro o seu novo álbum, “Maratona de Amor”. O disco pretende ser um manifesto pela “guineendade” da parte de um cantor que diz fazer uma “política activa da cidadania” nas suas músicas.

O músico guineense Patche Di Rima nos estúdios da RFI. 12 de Fevereiro de 2019.
O músico guineense Patche Di Rima nos estúdios da RFI. 12 de Fevereiro de 2019. Carina Branco/RFI
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‘Maratona de Amor’ cruza ritmos tradicionais da Guiné-Bissau, como o gumbé, tina, singa, com o afro beat,  zouk e kizomba. Além das línguas tradicionais guineenses, como o crioulo, o pepel, o manjaco, o fula, o mandinga, o sussu, Patche Di Rima usou o olof do Senegal, assim como o português, francês, lingala, inglês e suaíli.

Este é o terceiro disco a solo do músico guineense e foi gravado na Guiné-Bissau, em Portugal, no Reino Unido, na Holanda e nos Estados Unidos. O cantor fez um trabalho que pretende “transmitir uma mensagem de amor” e “uma parte do homem africano, concretamente da Guiné-Bissau”. Por outro lado, Patche Di Rima quis mostrar, no novo álbum,“uma Guiné-Bissau diferente, uma Guiné-Bissau viável, de futuro e de esperança”.

O também produtor define-se como “um crioulo”, coloca a “Guineendade acima de tudo” e admite fazer uma “política activa da cidadania” das suas músicas.

Eu faço política nas minhas músicas,  faço, mas faço política activa da cidadania, não faço política de politiquice que os políticos fazem, esquecem os objectivos que os levaram à política. Todos os políticos da Guiné-Bissau são empresários. Não pode! Isto não pode ser. Eticamente não funciona”, afirmou.

O músico, que levou a música “Paz pa Guiné-Bissau” à sede da ONU no Dia Internacional da Paz, em Setembro de 2018, está “preocupadíssimo” com a situação política no seu país, a um mês das eleições legislativas de 10 de Março.

Estou preocupadíssimo. Eu não vou mentir. Enquanto jovem e enquanto músico, vou manifestar a minha preocupação e vou apelar aos guineenses porque esta é a eleição mais perigosa para decidir o país. Nós temos uma ferida que não está sarada. Os guineenses precisam de dialogar”, continuou.

Patche Di Rima, que viveu fora da Guiné vários anos, regressou ao seu país há um ano e meio e está determinado em espalhar a “guineendade” fora de portas.

Guineendade é exprimir, falar da Guiné-Bissau sem preconceito, falar da Guiné-Bissau de esperança, falar da Guiné-Bissau de futuro, falar da Guiné-Bissau viável, falar da Guiné-Bissau de jovens corajosos com sentido de mudança, com sentido de erguer o país. É isso que me move enquanto jovem, enquanto músico e enquanto guineense”, explicou.

Para o cantor, “a música não pode servir só para o entretenimento” porque “tem que servir também para o desenvolvimento, para a consciencialização, para a paz , democracia, reconciliação”.

Veja aqui a entrevista em vídeo a Patche Di Rima:

 

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