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GUINÉ-BISSAU

Arroz chinês não era para venda

Na Guiné-Bissau o inspector da polícia judiciária que investiga o desvio de arroz chinês foi hoje ouvido pelo Ministério público, facto contestado pelos seus advogados. Por outro lado este mesmo inspector, Fernando Barreto, ouviu esta manhã no Ministério da agricultura para ouvir o detentor da pasta, Nicolau dos Santos. Este também já deu a sua versão ao embaixador chinês.

Arroz chinês deveria ser um donativo para as populações carenciadas.
Arroz chinês deveria ser um donativo para as populações carenciadas. Reuters
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Jin Hong Jun, embaixador da China na Guiné-Bissau confirmou à agência Lusa que se tratou de um donativo da China de arroz que não se destinava a fins lucrativos.

Tratou-se de uma inciativa alvo de um acordo entre os dois países aquando da visita em Setembro de 2018 à China do presidente guineense José Mário Vaz.

Este arroz não era para venda, tratava-se de um donativo destinado às populações carenciadas.

O volume total era de 2638 toneladas de arroz, num valor de 30 milhões rnb, em moeda chinesa, em dólares cerca de 3 milhões de dólares americanos, especificou o representante da chancelaria.

O diplomata chinês que confirmou ter-se avistado com o ministro da agricultura. Nicolau dos Santos que é uma das personalidades investigadas por terem sido encontrados sacos de arroz numa propriedade sua.

Jin Hong Jun apela a que se aguarde pacientemente pelo fim da investigação, confirmando acompanhar com atenção o desenrolar do caso.

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Jin Hong Jun, embaixador da China na Guiné-Bissau, registo da agência Lusa

Para os advogados do inspector da Polícia judiciária Fernando Jorge Barreto o facto de que ele tenha sido ouvido pelo Ministério público é "uma autêntica prevaricação à justiça" e "um espectáculo deprimente", acrescenta a agência noticiosa Lusa.

"Há uma clara vontade de proteger alguém. Uma tentativa de ocultar a verdade" afirmou Augusto da Silva à agência portuguesa, ele que é também responsável pela Liga dos direitos humanos.

Os advogados de Barreto alegam ser esta uma forma de "assustar" o seu cliente.

Este saíu do Ministério público sem nenhuma medida contra si.

Ele que se tinha deslocado na manhã desta quinta-feira ao Ministério da agricultura para ouvir Nicolau dos Santos, o ministro da pasta e um dos nomes citados nas denúncias que vieram a público do desvio de toneladas de arroz chinês doado à Guiné-Bissau, supostamente para venda posterior.

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